18 de outubro de 2012 |
N° 17226
NA FALTA DA COMUM
Sem gasolina, consumidor gasta mais para
abastecer
Combustível aditivado, com o
litro cerca de R$ 0,10 mais caro, acaba sendo opção para motoristas. Em mais um
dia de estoques reduzidos nos postos de combustíveis do Rio Grande do Sul, quem
não teve paciência acabou pagando mais caro para abastecer o carro. Com falta
de gasolina comum em estabelecimentos da Capital e do Interior, muitos
consumidores garantiram o abastecimento com o produto aditivado.
Desde a semana passada, conforme
a Petrobras, a distribuição de gasolina no Estado é afetada pelas condições
climáticas adversas que impedem a descarga de petróleo no terminal marítimo de
Tramandaí. A redução na oferta da matéria-prima fez com que a Refinaria Alberto
Pasqualini (Refap), em Canoas, reduzisse a produção diária do combustível – não
conseguindo atender às encomendas das distribuidoras.
No posto Petrobras Nilo Palace,
na Avenida Nilo Peçanha, em Porto Alegre, a gasolina comum acabou na noite de
terça-feira. Ontem, todos os clientes que encostavam nas bombas eram informados
de que não havia gasolina tipo C.
– Isso afeta a lucratividade da
empresa, pois num dia normal venderíamos 5 mil litros de gasolina. Sem contar
que é muito chato dizer para o cliente que não temos combustível, ele pode não
voltar mais – reclama o gerente Larri dos Reis.
Acostumado a abastecer o carro
três vezes por dia, o taxista Diogo Rozo de Freitas, 27 anos, foi surpreendido
quando o frentista o informou de que não havia gasolina comum.
– Não posso ficar perdendo tempo
procurando outro posto. Acabei abastecendo com aditivada e pagando mais caro –
disse o taxista, que pagou R$ 0,10 a mais por litro.
A reação dos consumidores
informados sobre a falta do produto era a mesma: espanto.
– Nunca tinha visto antes. Não
acredito que seja questão de problemas climáticos. Para mim, há esquema por
trás disso tudo – disse o técnico em eletrônica Ronaldo Volkmer, 43 anos, ao se
referir à queda de braço entre o governo e a Petrobras em torno do aumento da
gasolina e do diesel.
joana.colussi@zerohora.com.br
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