09
de outubro de 2012 | N° 17217
PAULO
SANT’ANA
O mensalão e as eleições
Quem
primeiro entendeu que o mensalão deveria influenciar negativamente para o PT
nas eleições foi o Lula, quando pediu ao presidente do STF, Gilmar Mendes, que
o julgamento do mensalão fosse adiado para depois das eleições.
Faz
quase cinco meses que isso aconteceu. Talvez Lula nem sonhasse que Delúbio,
Genoino e Zé Dirceu fossem receber os primeiros votos condenatórios no Supremo.
Ou
talvez Lula sentisse que a cúpula de réus do PT iria ser condenada, como está hoje
sendo, e receava que isso fosse provocar impacto negativo para o PT junto ao
eleitorado.
Apesar
de análises esparsas na imprensa de que o mensalão influiu nas eleições, a
Folha de S. Paulo de ontem fez entrevista de página inteira com o professor de
filosofia da Unicamp e pesquisador do Cebrap Marcos Nobre, quando o
entrevistado declarou taxativamente que o peso do mensalão nesta eleição foi próximo
de zero.
Não
pude ficar alheio a essa questão importante do clima psicológico desta eleição
que se feriu agora e me meti na discussão do tema no Sala de Redação de ontem,
quando o Lauro Quadros disse que não houve influência do mensalão nas eleições,
tanto que Lula sozinho conseguiu fazer o milagre de conduzir Fernando Haddad,
do PT, ao segundo turno da eleição para a prefeitura de São Paulo.
Eu
objetei ao Lauro que a ascensão de Haddad ao segundo turno na Pauliceia se
deveu menos à indiferença do eleitorado pelo mensalão do que pela queda
violenta de Celso Russomanno nos últimos dias da campanha eleitoral.
Também
usei o argumento de que Lula não está entre os 37 réus do mensalão, portanto
podia agir livremente para criar, erigir e patrocinar a candidatura de Haddad
em São Paulo.
E
fiz ironia, desafiando o Lauro Quadros: “Põe o José Dirceu no palanque do
Haddad no segundo turno e verás o resultado da eleição”.
O
Lauro Quadros insinuou que o mensalão não influiu nas eleições de anteontem. E
tem razão o Lauro Quadros: o Partido dos Trabalhadores, que havia eleito 558
prefeitos em todo o Brasil em 2004, anteontem elegeu 624, o que prova que o
povo nem ligou para o mensalão na hora de votar.
Duas
pessoas me telefonaram para saber se eu estava brincando quando disse que
recebi telefonema do ministro Ayres Britto, presidente do Supremo Tribunal
Federal, em meio ao julgamento do mensalão.
Respondi
que não era brincadeira minha, que foi real o telefonema e até dei às duas
pessoas o número do telefone do ministro para que se certificassem do ocorrido.
Falar
com um presidente do Supremo parece a muita gente um fato inacreditável.
O Grêmio
joga sem Marcelo Moreno as próximas três partidas por ele estar convocado para
a seleção boliviana.
Interessante,
o melhor jogador do Brasil no momento é Ronaldinho Gaúcho e ele não é convocado
para a Seleção Brasileira, não desfalcando assim o Atlético Mineiro.
O
Fred é atualmente o maior centroavante do Brasil e não é convocado para a Seleção
Brasileira, vive, portanto, marcando gols para o líder Fluminense.
Está
na cara que há mutreta nisso.
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