12
de outubro de 2012 | N° 17220
SAÚDE
SOB PRESSÃO
Médicos anunciam boicote a seis
empresas de planos
Suspensão
no atendimento deverá ocorrer nos dias 15, 16 e 17, como parte de movimento
nacional
Usuários
de seis planos de saúde que funcionam no Estado poderão ficar sem atendimento,
de segunda a quarta-feira, caso os médicos conveniados confirmem a anunciada
suspensão de consultas e procedimentos. Com o apoio de três entidades médicas,
a suspensão deve atingir SulAmérica, Geap, Saúde Caixa, Cabergs, Doctor Clin e
Centro Clínico Gaúcho.
As
operadoras foram apontadas pelo Sindicato Médico (Simers) como as que oferecem
as piores remunerações e condições de trabalho.
Os
três dias de boicote fazem parte da mobilização nacional que prevê protestos
entre os dias 10 e 25. No Rio Grande do Sul, podem ser afetados mais de 400 mil
beneficiários – 18% do total de gaúchos que pagam por um plano privado de saúde.
Saindo em defesa dos usuários, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) alertou
que o movimento é ilegal.
O
Simers, o Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers) e a Associação Médica
(Amrigs), que organizam a mobilização, justificam que as negociações com os
seis planos de saúde não tiveram efeito. A categoria exige melhor remuneração e
autonomia nos atos médicos. Reclama que as operadoras vetam pedidos de exames e
procedimentos para economizar e aumentar seus lucros.
Segundo
o presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, a suspensão poderia ser
alterada somente com uma nova plenária estadual dos médicos, mas não está prevista
antes de segunda-feira. Argollo ressalta que o faturamento da assistência
privada cresceu 200% no país, entre 2003 e 2011, enquanto os honorários médicos
seguem baixos. Os profissionais querem R$ 80 por consulta – hoje, recebem
valores médios entre R$ 21 e R$ 46.
No
país, a ANS já proibiu 301 planos de comercializar produtos enquanto não
cumprirem a resolução que fixa prazo máximo para consulta, exame e cirurgia. O
presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge/RS),
Francisco Antônio Santa Helena, diz que a entidade não pretende recorrer à Justiça
contra a suspensão, como ocorreu em outras capitais.
– Nós
queremos o diálogo – pondera Santa Helena, também diretor do Sindicato Nacional
de Medicina de Grupo (Sinamge).
nilson.mariano@zerohora.com.br
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