20
de outubro de 2012 | N° 17228
OFTALMOLOGIA
Livre dos
óculos
Oftalmologistas
e pacientes festejam avanço nas cirurgias
Encarados
por alguns como inimigos da boa aparência, os óculos já foram, para muita
gente, a única opção para uma visão saudável.
Porém,
esse detalhe pode ser deixado de lado. Segundo médicos, o avanço das cirurgias
a laser e das lentes de contato e intraoculares transformaram, em grande parte
dos casos, o “detalhe” em opção.
A
especialista em cirurgia a laser Renata Bettarello considera que as pessoas
hoje só utilizam óculos se quiserem.
–
São tantos tratamentos, tantas opções, que na maioria das vezes eles funcionam
mesmo como um acessório. Um exemplo são os pacientes com astigmatismo moderado
e elevado, que só contavam com lentes rígidas e óculos – aponta.
Segundo
a oftalmologista, pessoas com esses problemas podem fazer uso de lentes
gelatinosas, mais confortáveis, inclusive para graus altos, ou optar pela
correção a laser. Para miopias ou hipermetropias muito elevadas, o paciente
pode optar por lentes de contato ou operação a laser. E nos casos em que a
intervenção cirúrgica não é aconselhável, há a possibilidade de realizar o
implante de lentes intraoculares para a redução do grau.
Para
o especialista em doenças refrativas Edson Silvério, a todo momento surgem
novas opções de tratamento para a miopia e o astigmatismo. Contudo, a maior
novidade para ele é a cirurgia para a presbiopia, a popularmente chamada vista
cansada. O problema surge a partir dos 40 anos e só era corrigido com lentes e
óculos.
Mas
a presbiopia já pode ser corrigida com a cirurgia a laser. Segundo o
oftalmologista Marco Antônio Kroeff, as técnicas compensam o problema.
–
Digo compensar pois, da mesma forma que as lentes de contato, nenhuma das
técnicas atuais permite restabelecer o movimento dinâmico do cristalino que
possibilita a acomodação do foco para perto. Basicamente, existem três métodos:
o implante das lentes intra-oculares, a modificação do formato da córnea com
laser e, mais atualmente, implantes de microlentes na córnea – explica.
Intervenções
já são personalizadas
Outro
destaque, na opinião de Silvério, é a qualidade dos lasers. As cirurgias hoje
são realizadas com o Allegretto Eye-Q 400Hz, raio considerado mais seguro e
preciso pela FDA (órgão que regula medicamentos nos Estados Unidos).
– É
o que há de mais moderno. Com ele, a cirurgia é realizada de forma
personalizada, levando em conta que cada pessoa tem olhos com características
distintas – ressalta.
O
procedimento é realizado a partir da análise de frente de onda, uma avaliação
que detecta a forma como a luz que entra no olho atinge a retina. Dessa forma,
o laser trata o problema de forma individualizada.
Operar
a catarata é rápido e indolor
Nos
casos de cirurgia de catarata, o especialista João Luiz Pacini relata que mais
de 60% dos pacientes que passam por ela não precisam mais usar óculos. Essa
doença é caracterizada pelo turvamento progressivo do cristalino, causando
problemas como a absorção da luz que chega à retina.
Há
seis tipos de catarata: senil, congênita, inflamatória, metabólica, traumática
e medicamentosa. De acordo com ele, a cirurgia é muito segura por ser de alta
tecnologia. É geralmente rápida, eficiente e indolor.
Uma
grande novidade é a recém-lançada lente multifocal tórica, voltada para os
pacientes com alto astigmatismo e que ainda não tinham indicação de lente
intraocular. Segundo Pacini, com a nova tecnologia, o índice de pessoas
operadas e que não utilizarão mais os óculos vai aumentar.
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