27
de outubro de 2012 | N° 17235
PAULO
SANT’ANA
Proteção à saúde dos
atletas
O
leitor Gustavo (gutoct100@yahoo.com.br), aliando-se à campanha do
vice-governador Beto Grill, que quer lei obrigando os atletas de futebol a usar
capacetes de proteção, manda sugerir que “os jogadores de futebol não possam
correr acima de determinada velocidade e nunca em distância maior que 20
metros, para não acelerar os batimentos cardíacos, evitando assim as mortes
súbitas em campo”.
Excelente
ideia. Os jogadores terão controlada nas partidas a velocidade de suas corridas
por pardais colocados nas laterais dos gramados e serão guiados em campo por
GPS.
Sendo
assim, os jogadores não ficarão mais no banco, e sim em um estacionamento, cada
um em um box, prontos para entrar.
Nas
camisetas dos jogadores, os números serão correspondentes à velocidade máxima
permitida para cada um deles em campo: 5 km/h para o goleiro, 10 km/h para os
zagueiros, 20 km/h para os volantes e acima de 30 km/h somente para o
centroavante e para o ponta de lança.
Se o
jogador ultrapassar a velocidade máxima permitida em um lance, ele receberá
cartão amarelo. Se for por demais excessiva a velocidade empregada por um
jogador em um lance, ele será expulso e terá anotado em sua ficha o registro da
infração. Cada infração corresponderá a um ponto na sua ficha individual e, com
10 pontos, o jogador será excluído do certame de que participa e terá de voltar
para a escolinha.
O
controle de velocidade dos atletas será também observado através de duas
lombadas eletrônicas colocadas na entrada das duas áreas grandes, de vez que já
ficou estabelecido que naqueles locais se verificou o maior número de acidentes
cardíacos em jogadores. É ali na entrada da grande área que viceja a carqueja e
medra o alecrim.
A
comissão de fiscalização das partidas ficará atenta às transmissões esportivas
e, quando um locutor disser que a jogada de um gol foi muito rápida, os atletas
envolvidos nela serão chamados a depor e a desculpar-se pela velocidade que
empregaram.
Se
um locutor expressar-se, o que costumeiramente acontece, dizendo que tal
jogador “saiu como um raio na direção da área contrária”, será aberta
investigação sobre o lance. E, se isso realmente aconteceu, o atleta será
suspenso por 10 jogos.
A
lentidão dos jogadores em campo terá prêmio de estímulo, pelo que deverão desde
já serem exaltados o técnico Fernandão e o presidente Giovanni Luigi, do
Internacional, time que neste campeonato nacional vem se mostrando
elogiavelmente lerdo, antes mesmo da instituição da lei respectiva.
Será
recomendado às fábricas de material esportivo que as travas das chuteiras sejam
mais proeminentes, com a finalidade de os atletas encontrarem mais dificuldade
de aceleramento nas corridas.
E,
para terminar, ao fim de cada campeonato serão escolhidos e premiados
fartamente os três jogadores mais lentos da competição, e os três jogadores
mais rápidos do certame receberão votos de censura e repúdio da federação.
Nesta
marcha, será protegida a saúde dos atletas e espera-se que as competições
alcancem brilho maior, mesmo que alguns gozadores entre a torcida venham a
dizer que agora, sim, nunca tivemos tantas derrotas e tanta saúde no futebol.
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