29
de outubro de 2012 | N° 17237
PAULO
SANT’ANA
Esperteza na gasolina
Leio
uma notícia inacreditável: “A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis irá investigar se houve aumento generalizado no preço da
gasolina nos postos do Rio Grande do Sul.”
Investigar
o quê? Todos os postos gaúchos aumentaram os preços, não precisa investigar. Isto
é um escândalo.
E a
Refinaria Alberto Pasqualini tem o dever de indenizar todos os gaúchos que estão
pagando a mais pela gasolina, já que ela foi responsável pelo desabastecimento
que provocou o aumento e a ação de aproveitadores.
O
povo brasileiro está indefeso ante esses espertalhões e várias patifarias de
cartéis. Dá engulhos ser brasileiro.
Isto
é um desgoverno total.
E,
para mal dos pecados, vem aí uma paulada maior: anuncia-se, calculem a maldade
e a esperteza, aumento de 10% no preço dos combustíveis, “depois do segundo
turno das eleições”, segundo se apurou junto a fontes governamentais e da
Petrobras.
Mas
não é cretinice oficializada?
Locupletam-se
os infames à custa da economia popular.
Se
houvesse governo dinâmico e operoso, o povo não seria assim explorado. E se
houvesse método eficiente de Justiça, os consumidores não seriam assim
indefesos a essa sanha desastrosa.
Já estou
favorável a que voltem a ser tabelados os preços dos combustíveis.
Em
terra de canibais mercantis, não funcionam preços liberados. Livre concorrência
num país bagunçado?
Já ensinei
mil vezes ao meu motorista que ele tem de dirigir prevendo os erros dos outros
motoristas no trânsito.
Então,
levo um susto porque quase acontece o acidente, e o meu motorista se defende: “Mas
foi o outro que errou!”.
Ora,
se eu já tinha observado a ele que os outros motoristas iriam errar, tinha de
se acautelar com os erros dos outros.
Não
adianta, meu motorista nunca vai aprender isso.
Até no
sinal verde para ele, advirto-o, tem de prever que um japonês possa atravessar
no vermelho.
Um
motorista é vário, tem de dirigir por si e pelos outros.
Não
há profissão que mais exija do seu titular, nem a de cirurgião, do que a do
motorista.
Um
dia fui depor na Justiça sobre um acidente de trânsito em que me envolvi.
Na
hora do meu depoimento, eu disse ao juiz: “Excelência, não tive nenhuma culpa
no acidente, bati no carro desse senhor que está aqui e foi ele quem errou. No
entanto, devo confessar a Vossa Excelência que me sobravam razões para eu
adivinhar que esse senhor iria cometer o erro que cometeu. Nesse ponto, errei.”
Bendito
sejam os modelistas de calçados que fazem sapatos destinados ao conforto dos pés
dos adquirentes.
E
que sejam malditos e jogados no inferno os modelistas de calçados que causam
desconforto ou dor aos pés dos usuários.
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