20
de outubro de 2012 | N° 17228
PAULO
SANT’ANA
A obesidade
Curiosa
essa tendência de adolescentes femininas se entregarem à obesidade.
Os
meninos também, mas menos.
A
tentação das meninas em comer pão, bolachas, refrigerantes normais, sorvetes,
bolos, doces, parece ser incontível.
E
não adianta nada os pais se desesperarem e suplicarem para que elas não comam
carboidratos.
Elas
fincam pé em não beberem refrigerantes diet e frequentam o refrigerador com
ânsia devoradora.
É
simples perder dezenas de quilos em poucos meses: basta que comam exclusivamente
carnes e verduras, bebam só refrigerante diet e façam exercícios, mas elas se
recusam terminantemente a se submeter a esse regime.
O
resultado é fatal para essas garotas. Elas enfeiam seus corpos, alargam seus
ventres e quadris e enfrentam um drama emocional: são desprezadas pelos
rapazes, em alguns casos entram em depressão, não suportam o abandono pelos
namorados e penetram em séria crise existencial.
Ainda
assim, não renunciam a continuar se alimentando de tudo o que veem pela frente.
Eu não
tenho moral para criticá-las. Assim como elas não renunciam às suas refeições
pantagruélicas, eu não renuncio ao cigarro.
Parece
fácil, é só elas pararem de comer tudo e é só eu deixar de fumar.
Mas
como renunciar ao prazer? Essa parece ser a pior encruzilhada humana. E a
salvação, portanto, está apenas em renunciar ao prazer.
Por
sinal, quase toda fonte de grande prazer desgraça seus usufrutuários.
E,
no fundo, tudo não passa de um engano nas escolhas: se optar por exercitar-se
fisicamente todos os dias, entrega-se finalmente a um prazer. A ginástica, a
caminhada e a corrida encerram afinal, também, um prazer.
Comer
carne, churrasco, salame, é também um prazer. E não engorda.
Assim,
também, com os refrigerantes diet. Passados alguns meses, o gosto do
refrigerante diet é o mesmo do normal. Mas ninguém quer saber disso. Acham que
para satisfazer o prazer só serve o refrigerante com açúcar.
Tudo
é o vício. Quem se vicia no açúcar, no carboidrato e no sedentarismo
dificilmente se liberta desses hábitos terrivelmente nocivos.
Mas
a salvação está ao alcance de todos. Basta sacrificar-se, em outras palavras,
ter vergonha na cara, largar o nocivo e adotar o saudável.
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