Carlos Heitor Cony
Cronistas e colunistas
RIO DE JANEIRO - Leitores
perguntam por que me considero "cronista" -e não
"colunista"- dos jornais e revistas que me aturam há alguns anos de
atividade profissional.
Os manuais de Redação adotados em
quase todos os veículos impressos consideram como "colunas" qualquer
texto assinado, opinativo e periódico, apesar de aceitarem a distinção entre
"colunista" e "articulista". Este é um convidado ou
colaborador que oferece seu trabalho para publicação.
Independente da qualidade dos
textos, a crônica é um gênero literário, seu espaço natural é o jornal, o
livro, o rádio e até a televisão. João Saldanha, que era multimídia, sempre
fazia crônica, mesmo quando escrevia para jornais. No mesmo caso estão Nelson
Rodrigues, Janio de Freitas, Ruy Castro, José Simão e muitos outros.
Colunistas foram, no passado,
Ibrahim Sued, Zózimo, Tavares de Miranda e outros que assinavam colunas fixas
sobre pautas determinadas pelo editorial de cada veículo.
Há colunistas que cobrem
política, polícia, sociedade, esportes, culinária, economia, teatro, cinema,
música, artes plásticas etc. São opinativos e/ou informativos. Noticiam ou
comentam fatos ou quase fatos, inclusive fofocas. Trabalham com equipes
buscando as necessárias fontes. Editam o material recolhido pela equipe ou recebido
diretamente de interessados.
O colunista de televisão não
emitirá opinião ou informação sobre a crise do euro ou a demarcação de terras
indígenas.
O colunista internacional não
comentará nem noticiará a ida da Fátima Bernardes para outro programa ou a
demissão de um delegado da Polícia Federal. Sem compromisso com qualquer
assunto, um cronista, como mal me considero, poderá falar de tudo, inclusive da
falta de assunto.
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