terça-feira, 24 de julho de 2012



24 de julho de 2012 | N° 17140PÁGINA 10 |
ROSANE DE OLIVEIRA

Polêmica do início ao fim

Desde que foram criados, no governo de Antônio Britto, os polos rodoviários alimentaram polêmicas. Não haveria de ser diferente no encerramento dos contratos, questão de honra para o governador Tarso Genro e, pode-se garantir, sem medo de errar, tema da campanha eleitoral deste ano e, principalmente, da de 2014.

A imagem que será produzida hoje no palácio Piratini, com a assinatura da notificação às concessionárias sobre a decisão do governo de não prorrogar nem renovar os contratos vale por mil discursos. Era uma promessa de campanha e será cumprida. O desafio de Tarso e de seu secretário de Infraestrutura, Beto Albuquerque, é garantir que a qualidade das estradas melhore, ou, no mínimo, que não piore com o fim das concessões privadas.

O que mais se ouve dos usuários é que os pedágios no Rio Grande do Sul são caros demais para o tipo de contrapartida oferecido pelas concessionárias – apenas a manutenção, o socorro mecânico e o atendimento médico. Nenhuma obra de peso em um Estado que tem raríssimas estradas duplicadas e que transporta praticamente toda a sua produção por caminhões. As empresas que exploram os pedágios não fazem obras porque os contratos assinados em 1998 não exigem. Se exigissem, o Estado poderia ter denunciado os contratos por descumprimento.

Pelo menos em um primeiro momento, as rodovias federais, que concentram maior tráfego, ficarão livres de pedágios. Mesmo que a responsabilidade pela conservação seja do governo federal, caberá ao Estado pressionar o Ministério dos Transportes para que não voltem a ser o que eram antes das concessões: esburacadas, mal sinalizadas e ainda mais perigosas do que hoje.

As estradas estaduais continuarão a ter pedágio, mas eles serão mais baratos e administrados pela Empresa Gaúcha de Rodovias ainda no primeiro semestre de 2013. A manutenção será terceirizada, o que exige rapidez na contratação dos prestadores de serviços para que não fiquem sem conservação por problemas burocráticos.

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