29
de julho de 2012 | N° 17145
VOANDO
NO VERMELHO
TURBULÊNCIA SACODE PASSAGEIROS
Para
diminuir prejuízos, companhias aéreas brasileiras enxugam despesas, e quem
viaja de avião sofre os efeitos das dificuldades
Passageiros
sempre devem afivelar o equipamento de segurança da poltrona quando o avião
atravessa zonas de turbulência. É indispensável que se cumpra a regra. Pois
agora são as empresas aéreas que estão apertando o cinto para enxugar despesas.
Alegam que são ajustes necessários para sair do vermelho. Só as maiores
companhias do país, TAM e Gol, acumularam R$ 1 bilhão de prejuízos em 2011.
Como
o céu não é de brigadeiro para a aviação brasileira, quem vai sentir os efeitos
das dificuldades – empresários relutam em admitir a crise – é o passageiro. Terá
de se preparar para pagar R$ 12 por uma xícara de café solúvel (torça que esteja
quente) e um minissanduíche de pão de forma, se quiser lanche a bordo.
Depois,
ao lavar as mãos no banheiro, não estranhe se o jato da torneira vier fraco e
curto – é economia até de água. Entidades recomendam vigilância sobre os
direitos do consumidor. Antes de comprar o bilhete, o passageiro deve pesquisar
preços e serviços, principalmente se a viagem for longa. As empresas não se
sentem à vontade para reajustar tarifas, porque há vagas nas aeronaves – logo,
mais opções de voos. No entanto, podem reduzir as comodidades aos viajantes.
E
nos itens mais impensáveis. O assessor jurídico da Associação Nacional em
Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep) em Porto
Alegre, Marcelo Santini, aponta que companhias estão cobrando até por um copo
de água pedido a bordo.
– Nota-se
uma queda na qualidade dos serviços e falta de informação a respeito. O
consumidor deve cuidar para não ser surpreendido – alerta Santini.
Os
cortes são pontuais e não estariam afetando a segurança dos voos. Empresários
argumentam que estão pressionados por altas no preço do combustível, nas taxas
aeroportuárias e no dólar. Justificam que seguem a tendência mundial de low
cost, low fare (baixo custo, baixa tarifa), iniciada nos Estados Unidos e
disseminada pela Europa.
nilson.mariano@zerohora.com.br
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