25
de julho de 2012 | N° 17141
PAULO
SANT’ANA
Coluna cervical do colunista
Vi
de refilão na televisão que 50% das pessoas que são chamadas pelo SUS para
consultarem com ortopedistas e cardiologistas não comparecem nos dias marcados.
Visivelmente,
a informação partiu do SUS, e os órgãos de comunicação a detectaram.
É incompleta
a informação, e eu pediria, por gentileza, ao comando do SUS que me completasse
a notícia.
Eu
preciso saber quanto tempo decorreu entre o dia em que o segurado do SUS marcou
a consulta e o dia em que foi chamado para ser atendido.
Porque
a notícia que se tem sobre o SUS – e nós jornalistas temos o vezo de sempre
achar que as más notícias são melhores que as boas – diz que às vezes demoram
anos para serem atendidos nas consultas os segurados.
E se
demoram anos para consultarem, embora estejam na fila, então podem os
segurados, por demora de atendimento, morrer na fila. E, como se sabe, quem
morre na fila falta no dia marcado para a consulta.
E há
também outros motivos, por certo, para que 50% dos inscritos não compareçam às
consultas, como dizem semiorgulhosamente os dirigentes do SUS.
Pois,
então, apelo ao SUS para que me mande pesquisa sobre os motivos por que a
metade dos que pedem consulta não comparece nos dias em que as obtêm.
Aguardo.
Há seguramente
12 médicos que me atendem em Porto Alegre. E todos eles me indicam outros médicos
quando o que necessito com urgência não pertence às suas especialidades.
Ontem
telefonei desesperado para o dr. Matias Kronfeld para que ele me indicasse um médico
para cuidar de minha coluna.
Como
se sabe, tive um câncer de rinofaringe há um ano. Por sinal, é a primeira vez
que um jornalista teve um câncer e não deixou de publicar sua coluna todos os
dias em ZH, eu sou de uma têmpera especial.
O
cirurgião Nédio Steffen, que me operou com sucesso do câncer, já fez nos últimos
três meses três revisões no local do meu câncer e afirma que a doença foi-se
embora com a cirurgia.
No
entanto, venho tendo a mesma dor de garganta que lá atrás me levou a descobrir
o câncer que tive. Mas só tenho dor de garganta quando me acordo e vejo que
dormi com quatro travesseiros altos, isto é, vendo televisão. Então eu engulo e
sinto a dor de garganta.
Só que
quando me levanto, desaparece por completo a dor quando engulo. Estranho,
estranhíssimo, só pode ser pela coluna, que se espreme quando durmo com quatro
travesseiros.
Vai
daí que Matias Kronfeld ontem me indicou o seu craque de plantão em coluna
cervical: o neurologista Nélson Pires Ferreira, para quem telefonei angustiado.
Narrei
pelo telefone para o dr. Nélson e ele forneceu-me as primícias do diagnóstico: “Deve
ser por secura da boca”. Bingo!!!
Como
é que ele descobriu que a radioterapia me surripiou a saliva?
Hoje
à tarde o dr. Nélson vai me ver pessoalmente. Torço, tenso, para que sua
profecia telefônica esteja correta.
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