LÁZARO
EVAIR DE SOUZA - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Aula em todo lugar e a qualquer
hora
Evolução
tecnológica do ensino a distância faz com que cada vez mais brasileiros optem
por esse modelo
A
procura dos brasileiros por ensino a distância tem crescido de forma vigorosa. O
país partiu de 5.359 matrículas, em 2001, para 930.179 em 2010, um crescimento
médio anual de 1.725%, de acordo com levantamento do MEC (Ministério da Educação).
Tal
expansão, segundo especialistas, resulta de dois movimentos simultâneos: a
busca por conhecimento e por competências que assegurem melhores condições no
mercado de trabalho e a evolução tecnológica na área de comunicação, que
propiciou o desenvolvimento das ferramentas digitais necessárias ao estudo fora
da escola convencional.
"Os
números na área são encorajadores, principalmente quando lembramos que a prática
do ensino a distância começou efetivamente no Brasil apenas em 2002", diz
Fredric Litto, presidente da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância).
"Em termos pedagógicos e tecnológicos, já nos equiparamos a países como a
Inglaterra, onde há ensino a distância desde 1858."
Para
especialistas, o bom desempenho alcançado nas matrículas é derivado, também, de
um maior rigor do MEC, que, desde 2007, passou a exigir um modelo educacional
com apoio mais direto e próximo do aluno, por meio da criação de polos que
concentram infraestrutura como bibliotecas, material didático e auxílio de
tutores. A mudança permitiu a oferta de cursos com mais qualidade e conveniência
para os alunos.
Embora
os cursos mais procurados sejam os das áreas de educação, finanças, economia e
marketing, a oferta é variada e abrange de artes a turismo. A maioria dos
alunos têm mais de 35 anos, mas já se nota uma queda na faixa etária.
"Além
do aumento da credibilidade dos cursos, hoje são adotados sistemas virtuais
mais dinâmicos e atraentes", diz Stavros Xanthopoylos, diretor da FGV
Online. Em termos de distribuição, 85% dos alunos são das regiões Sul e Sudeste.
Apesar
do avanço do ensino a distância no país, quem atua na área reconhece que ainda
há certa desconfiança em relação a esse modelo, e isso decorre, em parte, da
existência de instituições de má qualidade e pouca credibilidade. Por isso a
escolha da instituição para um curso a distância deve ser criteriosa (leia mais
na pág. 4)
Ainda
assim, as lideranças do segmento acreditam que o ensino a distância deve se
tornar uma saída importante para a crônica questão educacional brasileira.
"Trata-se
da mais factível forma de aumentar, a médio prazo, o número de pessoas cursando
ensino superior no país", diz Fredric Litto. "Afinal, temos como meta
ampliar o quadro de jovens entre 18 e 24 anos,matriculados em universidades. O
objetivo é saltar dos atuais 12% para 30% da população, como já acontece no
Chile e na Argentina.
E não
será apenas construindo universidades convencionais que atingiremos esse
objetivo", afirma o presidente da Abed.
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