21 de julho de 2012 | N° 17137
PAULO SANT’ANA
Reação à traição
Manchete de Zero Hora na última quarta-feira: “Vida
sedentária mata tanto quanto o fumo”. Se é assim, no meu caso risca um duplo.
Eu sou mesmo um milagre da natureza, consigo resistir a três
maços de cigarro por dia e nenhum exercício físico há 50 anos.
Sou realmente um super-homem.
Meti-me de refilão neste assunto do Tamiflu, o remédio
contra a gripe A. Para que, meus amigos? Em que complicação me meti: minha
correspondência está crivada de reclamações quanto à disponibilidade do remédio
tanto nos postos de saúde quanto nas farmácias privadas. Todo mundo atrás do
remédio e nada do remédio onde o procuram.
Mas será que não vão dar um jeito nesta embrulhada?
Tem gosto para tudo na vida, como escrevi certa vez: há
homens que gostam de churrasco magro e mulher gorda.
Melhor seria gostar de pelanca magra no espeto, mas não
abrir mão de mulher esbelta.
Quando falo de mulher gorda, pelo amor de Deus, não quero
dizer que a gorda é inabilitada para a vida.
Conheço inúmeros homens que são apaixonados por mulheres
gordas. E não é proibido que alguns homens odeiem até mulheres magras.
Existem até duas coisas de que se pode cogitar: uma é que a
gorda pode um dia emagrecer. E a outra é que há tendência das magras
engordarem.
Eu me lembro daquele gaúcho que casou com uma modelo,
magérrima, elegante, apetitosíssima.
Com cinco anos de casados, aquela esbeltíssima mulher
engordou tanto que quase não conseguia entrar no carro do marido, que então não
teve dúvida e foi para Tramandaí tirar as férias do casal.
Lá chegando, o marido levou a mulher gordíssima, que mais
parecia um elefante, para a praia. Deu a mão para ela e foi indo mar adentro,
as ondas batiam nas pernas dos dois, depois nos abdomes, até que a água do mar
alcançou os pescoços do casal.
Neste momento, o marido pegou uma navalha que trazia dentro
do calção e anavalhou de lado a lado a barriga da mulher.
Enquanto o sangue esguichava as ondas, o marido saiu
gritando no rumo da casinha do salva-vidas: “Tubarão, olha o tubarão,
socorro!”.
Aquele marido considerou que sua mulher o tivesse traído na
sua expectativa de felicidade sexual.
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