27
de julho de 2012 | N° 17143
PAULO
SANT’ANA
O SUS estadual
A
senhora Lourdes Lucena, com 93 anos de idade, mãe do compositor Joaquim Lucena,
manda dizer que lê esta coluna há quase 41 anos, todos os dias.
Obrigado
a essa nonagenária que tem os cabelos da cor do algodão por essa fidelidade
inexpugnável a esta coluna.
O
secretário municipal da Saúde, Marcelo Bosio, responde depressa a esta coluna: “Prezado
Paulo Sant’Ana. Não entendemos como se poderia interpretar que estamos
semiorgulhosos em divulgar que metade das pessoas não comparece às consultas
especializadas pelo SUS em Porto Alegre. Seguramente, não há motivo para
orgulho. Tampouco queremos nos valer da ausência dos pacientes para justificar
dificuldades que precisam ser vencidas...
Quando
divulgamos o índice de 50% de falta às consultas especializadas, nosso objetivo
é buscar o apoio da nossa qualificada imprensa para que, num simples ato de
cidadania, nos ajude a conscientizar os usuários sobre a importância do
comparecimento, tanto para o seu próprio benefício como para não desperdiçar
atendimentos que poderiam ser utilizados por outras pessoas que também aguardam
sua vez... Não são consultas marcadas há um ano ou mais.
Trata-se
de consultas com médicos especialistas, encaminhadas pelas Unidades Básicas de
Saúde e pelas Unidades de Saúde da Família. Para resolver os casos da fila que
se formou na época em que ainda não havia o sistema informatizado, estamos
trabalhando intensamente na redução do tempo de espera. Já conseguimos isso,
por exemplo, nas especialidades de cardiologia e dermatologia”.
Agora
fala este colunista: secretário Bosio, quando eu me refiro ao SUS não estou
falando no SUS de Porto Alegre, que deve ser afeto ao senhor. Estou me
referindo ao SUS de todo o Rio Grande.
No
Rio Grande do Sul inteiro, a marcação de consultas é uma tragédia. Que o diga a
leitora Luzia Netto (mailto:luzia netto@hotmail.com), que manda revelar que “aqui
em Xangrilá, nós temos cadastradas consultas na área de traumato há mais de
anos sem retorno, isto é, sem marcação. Esta é uma das piores especialidades
que temos a dificuldade de conseguir. Como também na área de urologia, temos
muita gente tentando conseguir agendamento para neurocirurgião e nada...
Tentamos
há 30 dias agendar com um especialista em oncologia e nada... São inúmeras,
aqui em Xangrilá, as especializações sobre as quais não temos retorno do SUS. Aqui
a Saúde é boa no que concerne às atribuições do município e trágica no que se
refere ao SUS. No entanto, um vereador daqui, que é amigo e do mesmo partido do
secretário estadual da Saúde, Ciro Simone, como num passe de mágica, marcou um
neurocirurgião para um eleitor seu”.
Além
dessa reclamação exposta acima, tenho aqui um maço de outros protestos quanto às
consultas, que me chegam do Interior. Imaginem o que não têm para reclamar com
relação às cirurgias!
E me
vem o secretário municipal da Saúde falar nas coisas da Capital, quando o
jornal em que escrevo compreende todo o Estado!
Ora,
por favor, não tergiverse, secretário!
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