Águas passadas movem o Moinhos, Cine
Coral e etc
Sábado
passado eu e a torcida do Moinhos de Vento estivemos em frente ao ex-Cine Coral, em movimentação alto-astral
promovida pelo grupo do Facebook Amigos
do Moinhos de Vento, liderado pelo designer e artista plástico Clayton de
Araújo. O grupo já conta com mais de 1,2 mil amigos e o jornalista e escritor
Carlos Augusto Bissón, autor da já clássica obra Moinhos de Vento - Histórias
de um bairro de Porto Alegre (que vai para a terceira edição), fez bela
divulgação do encontro, que foi um sucesso bem fotografado.
Os
amigos do Moinhos pedem a instalação de um teatro e de outros equipamentos
culturais no prédio do antigo cinema, que é um dos tantos espaços não
aproveitados da cidade. Se eu fosse proprietário dos preciosos 1,4 mil m2 no
coração do bairro, tentaria, para lucrar muito, com a permissão dos condôminos
do edifício, instalar, de manhã, uma escola particular bem fina, de tarde, a
sede de alguma igreja e, de noite, uma casa noturna.
Claro
que estou brincando e aproveitando a piada. Quero mais é cultura! Torço para
que, no local, seja instalado um centro cultural, com teatro, cinema, livraria,
cafeteria, oficinas culturais e tal.
Aceitaria, com prazer, muuuuito prazer, uma filial do Moulin Rouge, do
Lido ou de algum teatro da Broadway. Tá bom, tá bom, pode ser até de um
daqueles off-Broadway. Tudo menos aquela área nobre vazia, escura e silenciosa.
Os
porto-alegrenses e o bairro pedem e merecem. O Moinhos deve ser, como pretendem
os amigos, um bairro conceito, autossustentável e deve continuar a ser um
orgulho e uma alegria para Porto Alegre e um local de saúde e lazer para nós todos.
Sou completamente a favor da proteção do patrimônio histórico, das tradições,
das pessoas e das histórias do Moinhos. Quero mais é que o bairro mantenha sua
elegante e europeia fisionomia.
Mas
também penso que águas passadas devem, sim, mover o Moinhos e não deixá-lo
estagnado. É preciso harmonizar preservação do patrimônio histórico-cultural
com estruturas e mudanças que permitam que o bairro permaneça para sempre, com
seu charme, sua força, sua história, sua qualidade de vida e que conte um futuro
digno. O Moinhos é patrimônio de todos, é um dos bairros com mais história da
cidade e precisa ser muito bem cuidado.
A
manifestação de sábado passado, a atuação da Associação dos Moradores do
Moinhos - Moinhos Vive e o carinho e o respeito que a cidade tem pelo bairro
vão ajudar. O espetáculo tem de continuar. Não podemos deixar o samba, a MPB, a
música erudita e o all that jazz do Moinhos morrer. Viva o Moinhos!
Jaime
Cimenti
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