31
de julho de 2013 | N° 17508
EDITORIAIS
O Gre-Nal e o poder
público
Com
todo o respeito que a Brigada Militar merece, é inaceitável a decisão de veto à
presença de torcedores visitantes no Gre-Nal do próximo domingo, o primeiro a
ser realizado na Arena do Grêmio. Sob o pretexto de que não tem condições de
dar segurança aos torcedores do Internacional, especialmente no deslocamento
para o novo estádio, o comando da BM pediu ao Ministério Público para chancelar
a ideia de torcida única no clássico.
E
lembrou, na sua argumentação, que a corporação retira um contingente de cerca
de 700 homens do policiamento regular nas ruas para dar segurança a um evento
esportivo privado.
Há,
aí, duas questões distintas. A destinação de PMs para espetáculos artísticos e
eventos esportivos é uma decisão do governo do Estado, que precisa ser
resolvida no âmbito administrativo. Porém, quando a BM recebe ordem superior
para atuar, descumpri-la significa insurreição. Além disso, o poder público
existe para servir à sociedade. Não pode renunciar a essa missão. Se a Brigada
não tem condições de dar segurança aos torcedores, que sejam criadas estas condições.
Os
órgãos de segurança não têm o direito de se omitir. Em meio ao debate sobre o
Gre-Nal, surgiu inclusive a informação de que os policiais não pretendem
interferir caso irrompa algum conflito no setor denominado Geral, onde
rotineiramente ocorrem brigas entre torcedores. Era só o que faltava. Onde
houver conflito, a Brigada tem que interferir, como é de sua atribuição
constitucional e de sua tradição.
Embora
o debate contenha forte componente de passionalismo, como ocorre em qualquer
discussão envolvendo a rivalidade esportiva do Estado, ainda há tempo para um
diálogo sensato, que garanta não apenas a presença pacífica das duas torcidas
no Gre-Nal como também a segurança de todas as pessoas que se deslocarem para o
estádio no próximo domingo. O Rio Grande não pode se render ao vandalismo – e
conta com a valorosa Brigada Militar para garantir a vitória da civilidade.
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