quarta-feira, 17 de julho de 2013

Adriana Lampert - FREDY VIEIRA/JC

Fortunati diz no PGQP que Capital fez uma reflexão para a Copa

Plenária realizada no último dia do Congresso Internacional do PGQP analisou os preparativos para o Mundial

Fortunati destacou a relevância de obras como a da avenida Tronco

A preparação de Porto Alegre para a Copa do Mundo de 2014, realizada por meio do trabalho de nove câmaras temáticas, com objetivo de qualificar ações de mobilidade urbana, segurança, assistência social, saúde, entre outros, possibilitou que o poder público fizesse uma “ampla reflexão” sobre a cidade.

A avaliação foi feita pelo prefeito, José Fortunati, durante o primeiro painel do último dia do 14º Congresso Internacional da Gestão, promovido pelo Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP). Sob o tema Ganhando a Copa para Melhorar o Brasil, o debate ocorrido na Fiergs envolveu ainda o assessor da Secretaria Municipal Extraordinária da Copa do Mundo da Prefeitura de Belo Horizonte, Alexandre Hill Mestrini.

“A Copa possibilitou que pudéssemos considerar temas que acabam não aparecendo, mas que são fundamentais para a qualidade da população”, opinou o prefeito. Ao apresentar a recente experiência de Belo Horizonte no receptivo da Copa das Confederações, Mestrini admitiu que a cidade executou o planejamento estratégico iniciado há mais de cinco anos com “muitos acertos, mas alguns equívocos”.

“Mesmo assim, não há dúvidas de que o evento ajudou a impulsionar projetos cujo prazo previsto era muito maior, como a oferta de serviço wi-fi gratuito por duas horas/dia a todos os cidadãos, que havia sido pensado pelo Executivo para ser implementado em 2030”, exemplificou.

Ao avaliar o comprometimento firmado com o receptivo do Mundial, o assessor da Copa em Belo Horizonte fez uma “autocrítica” do País e apontou que os municípios deveriam se pautar pelo “padrão Fifa” em todas as suas áreas de investimentos. “Estamos atrasados na questão da qualidade do transporte público, por exemplo. Por isso o evento é bem recebido, pois acelerou obras do gênero”, ponderou, frisando que é preciso diferenciar os investimentos que são injetados na Copa dos que são reservados às áreas de Saúde e Educação.

Fortunati aproveitou para reforçar que os valores destinados às alterações de infraestrutura na Capital foram agregados ao orçamento do município sem que fosse retirado “nenhum centavo” de outras pastas. Ele lembrou que se o Mundial não ocorresse no Brasil,  muitos recursos que estão sendo destinados – via financiamento com prazos e juros especiais – às cidades-sede seriam “diluídos” entre mais de 5.565 municípios, impossibilitando obras de porte, como a duplicação da avenida Tronco, em Porto Alegre. “Esta obra está projetada desde 1979, quando entrou no Plano Diretor, e não sairia do papel não fosse a oportunidade de obter recursos para remover 1.450 famílias com o respeito que merecem”, disse.

Ao considerar a empreitada como “fundamental” para qualificar o fluxo de quem se desloca do Centro para a zona Sul, e vice-versa, o prefeito de Porto Alegre destacou que aquela avenida também terá corredor exclusivo de ônibus e ciclovia. Mestrini ainda opinou que a troca de conhecimento entre as cidades brasileiras que sediarão os jogos da Copa de 2014 será o grande legado do Mundial, enquanto Fortunati considerou que a experiência de Belo Horizonte “é um bom exemplo” para Porto Alegre planejar as últimas ações até o evento.

Atitudes transformadoras são destaque de palestra

Ter uma atitude aberta às transformações pode fazer toda a diferença no ambiente organizacional. A tese defendida pelo casal português João Alberto Catalão e Ana Teresa Penim, durante a abertura da programação vespertina do 14º Congresso Internacional de Gestão, fez o público presente, ontem, no auditório da Fiergs, pensar a respeito de atitudes voltadas às mudanças. 

Fundadores do grupo BusinessUp Portugal e autores dos livros Atitude UAUme e Ferramentas de Coaching, entre outros, os dois identificam semelhanças entre o atual momento brasileiro e os países da Europa no passado. “É preciso cuidado para não repetir os mesmo erros que cometemos, principalmente no que se refere ao consumo excessivo e de modo que não pode se tornar sustentável”, alerta Catalão.

Catalão faz referência ao excesso de oportunidades e riquezas do País e que, por outro lado, acabam não retornando em serviços essenciais, como saúde, infraestrutura e educação. “Possuir os recursos existentes no Brasil e se falar em ‘pibinho’ é sinal de que algo não vai bem”, avalia.

Em clima de descontração, marido e mulher demonstraram sintonia na apresentação, ao mesmo tempo em que apresentavam alguns indícios do que classificam como transformações sociais, econômicas, ambientais e, essencialmente, de consumo. A dica, conforme Ana, para não cair nas armadilhas de um mundo em plena mudança é evitar passar de “ser-humano” para “ter-humano”.

Com base no trocadilho, Catalão afirma que as novas gerações terão de se inserir em um cenário que determina uma média de 12 experiências profissionais ao longo da carreira. Para lidar com a nova realidade, segundo o executivo, que também preside a Associação Ibero-Americana de Coaching, manter a “atitude transformacional” é uma das chaves para prosperar.


Nesse contexto, o casal, que no encerramento da palestra optou por voltar ao palco pilchado, ensinou alguns passos que podem ajudar a melhorar as perspectivas diante das mudanças. Ter um propósito, orientação para agir, autoconhecimento, autorresponsabilidade, são fatores que levam ao tão esperado aprendizado transformacional.

Nenhum comentário: