11
de julho de 2013 | N° 17488
INFORME
RURAL | GISELE LOEBLEIN
E o mate ficou de fora...
Depois
de três anos buscando redução de tributos, a indústria de erva-mate se viu
frustrada com a decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar a isenção de PIS/Cofins
ao setor. Matéria-prima de uma das principais tradições gaúchas, o produto
havia sido incluído na Medida Provisória 609, criada para beneficiar itens da
cesta básica. Ontem, as sanções e os vetos da presidente com relação à medida,
cujo intuito era aliviar a pressão sobre a inflação, foram publicados no Diário
Oficial da União.
– Tínhamos
uma expectativa muito grande de que a desoneração fosse sancionada, já que a
Dilma é praticamente gaúcha – diz Alfeu Strapasson, presidente do Sindicato da
Indústria do Mate do Estado (Sindimate) e do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate),
em referência à familiaridade da presidente com o Estado em que construiu sua
vida política.
Atualmente,
os dois tributos têm peso de 9,25%, no caso de empresas de erva-mate que
descontam imposto no sistema chamado de lucro real, e de 3,65%, nas que optam
pelo modelo de lucro presumido. Com a isenção, se buscava dar fôlego à indústria
que vem sofrendo com falta de matéria-prima. A medida ajudaria na absorção de
custos.
Tal
escassez é resultado de um cenário desenhado nos últimos 10 anos, em que a área
plantada com erva-mate encolheu 30% e o consumo mundial do produto cresceu. Na
prática, esse descompasso já resultou em uma alta de preços para o consumidor
final, com acúmulo de cerca de 50% nos últimos 12 meses, de acordo com
Strapasson. E há a tendência de que o produto continue subindo nos próximos
dois anos, até a retomada do equilíbrio entre oferta e demanda.Com os impostos
ainda pesando na lista de obrigações, tudo indica que o mate continuará ainda
mais amargo.
Trigo
com força
Se
no campo o plantio do trigo avança a passos largos no Estado, no mercado, a
escassez do cereal fez o valor do produto alcançar cifra recorde nesta semana. O
preço da tonelada chegou a R$ 893 na região norte do Paraná, conforme
levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a
maior quantia nominal da série histórica iniciada pela instituição em 2002.
No
Estado, também foram registrados os maiores valores da série: R$ 692 a
tonelada, no dia 3 de julho, em Passo Fundo, e R$ 741 a tonelada, no dia 4
deste mês, em Ijuí. Os números refletem a dificuldade de obter trigo no mercado
interno. Essa situação é resultado de uma conjunção de fatores que inclui
quebra na safra passada, restrições para obter trigo da Argentina, que
suspendeu as exportações para o Brasil, e a valorização do dólar.
– Os
leilões de trigo também têm ajudado a inflacionar os preços – completa Renata
Maggion Moda, analista de mercado do Cepea.
A
indústria tenta fechar contratos antes que ocorram novos reajustes, enquanto os
moinhos deixaram, novamente, de negociar entrega para mais de uma semana.
A
Conab realiza na terça-feira leilão de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor
Rural para venda e escoamento de 1 milhão de toneladas de milho do ciclo 2012/2013.
Concurso
para defesa ainda espera edital
Anunciado
como uma das medidas para fortalecer a fiscalização do leite, o concurso para
reforçar a defesa sanitária da Secretaria Estadual da Agricultura ainda aguarda
o edital. A estimativa é de que as regras do concurso saiam em setembro e, a
seleção, até outubro. No total serão 130 vagas, 120 para fiscal estadual
agropecuário e 10 para técnico superior agropecuário.
OS
PROCESSOS de renegociação e securitização dos débitos agrícolas serão auditados
pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A análise abrange contratos firmados no
Banco do Brasil – que concentra a maioria dos contratos – de 2001 até agora.
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