12
de julho de 2013 | N° 17489
EDITORIAIS
A presidente e os
prefeitos
Apesar
das vaias à presidente Dilma Rousseff pelo segundo ano consecutivo, o que
demonstra uma certa falta de sintonia entre o governo federal e os municípios,
a Marcha Nacional dos Prefeitos deixou resultados positivos. Mais importante do
que o pacote de bondades anunciado pela presidente foi o seu recado claro aos
administradores municipais:
Os
brasileiros que foram às ruas e os que não foram estão dizendo uma coisa
prioritária: querem melhores serviços públicos.. Vaias são parte da democracia.
O importante é ouvi-las, entendê-las e agir para que sejam silenciadas pela
eficiência do setor público.
No
caso do encontro de prefeitos, as manifestações contrárias deveram-se, em
grande parte, à dificuldade da presidente da República em explicar o alcance
das providências anunciadas a um grupo interessado fundamentalmente na
ampliação de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
A
insatisfação se justifica, pois prefeitos empossados em janeiro não parecem
dispostos a avançar pelo segundo semestre sem colocar em prática compromissos
assumidos perante as comunidades durante a campanha. Como os recursos
anunciados se aproximam dos previstos com um aumento nos repasses do FPM, o
desafio, de fato, fica com os novos prefeitos.
Mais
do que a maioria dos homens públicos, os prefeitos precisam estar atentos aos
recados das ruas, pois partem de pessoas que, por serem da comunidade, estão
próximas dos problemas para os quais cobram soluções. As providências, no caso,
dependem de dinheiro, mas também de sensibilidade e uso adequado dos recursos
disponíveis.
Depois
da massificação dos movimentos de rua, é possível que as prioridades da
população tenham se alterado de forma significativa. Compreender as mudanças e
procurar contemplá-las, sem se descuidar de demandas tradicionais, precisa ser
uma preocupação de todo prefeito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário