29
de julho de 2013 | N° 17506
EDITORIAIS
"SEJAM
PROTAGONISTAS"
Nos
últimos dois dias de sua visita ao Brasil, o papa Francisco reiterou a sua
principal mensagem aos participantes da Jornada Mundial da Juventude e aos
jovens de todo o mundo. Sejam protagonistas!, disse o líder espiritual dos
católicos diante de uma plateia estimada em 3 milhões de pessoas na praia de
Copacabana, no Rio de Janeiro, e de uma audiência incalculável em todo o
planeta. Protagonistas, explicou o Pontífice, para construir um novo mundo, com
entusiasmo, alegria e criatividade.
A
mensagem serve para católicos e não católicos e tem especial valor para os
brasileiros, que já vêm saindo às ruas nas últimas semanas para questionar
valores deturpados pela ganância econômica e pelos interesses políticos. “Façam
barulho!”, incentivou o Papa, convicto de que está pregando uma revolução do
bem e de que é possível direcionar a imensa energia da juventude para a
construção de uma sociedade mais humana e mais justa.
Ainda
que aos mais céticos possa parecer uma utopia, a própria versão brasileira da
JMJ chancela a esperança de que a juventude da comunicação plena possa mesmo
edificar uma sociedade do diálogo e da solidariedade.
Durante
uma semana, sob mau tempo, milhares de jovens de várias nacionalidades
conviveram pacificamente no Rio, desfilando com suas bandeiras e suas mensagens
de paz e participando ativamente do grande evento que será repetido em 2016, na
cidade polonesa de Cracóvia, segundo anúncio feito ontem pelo Sumo Pontífice –
uma homenagem ao papa João Paulo II, em processo de canonização.
A
edição brasileira não teve uma organização primorosa. Há registros de gastos
exagerados, de falhas de transporte e comunicação e até mesmo de alguns
incidentes desagradáveis, como roubos, furtos e conflitos com manifestantes.
Mas, considerando-se a dimensão do evento, até que o Brasil se saiu bem,
garantindo segurança plena às autoridades e proporcionando uma acolhida digna
aos peregrinos de todas as nacionalidades.
Agora,
resta esperar que os brasileiros recolham os ensinamentos desta grande
manifestação popular para aperfeiçoar ainda mais a nossa hospitalidade, com
vistas a outros eventos internacionais que o país receberá nos próximos anos.
Da mesma maneira, também é desejável que autoridades públicas e líderes de
todos os segmentos da sociedade passem a considerar a voz dos jovens,
abrindo-lhes espaço e oportunidades para que sejam efetivamente protagonistas
da própria história.
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