segunda-feira, 22 de julho de 2013


22 de julho de 2013 | N° 17499
PAULO SANT’ANA

As infelicidades do Grêmio

Estatística ontem publicada: 80% das multas de trânsito são aplicadas a homens. Suponho, obviamente assim, que 20% das multas são aplicadas a mulheres, eis que os gays, por enquanto, só por enquanto, não são computados.

Ficou incompleto para mim esse dado estatístico: faltou dizer qual é a percentagem de homens que dirige veículos; se forem 80%, é normal que as multas sejam aplicadas com incidência de 80% para os homens.

Outro dado estatístico incompleto: Passo Fundo é o município em que, proporcionalmente, são aplicadas mais multas de trânsito no Estado.

Faltou dizer se os agentes de trânsito de Passo Fundo são os mais severos do Estado ou se os motoristas de lá são os mais faltosos. Advirto assim os meus leitores sobre as armadilhas dialéticas das estatísticas.

Bem, agora sou obrigado a me referir ao futebol em razão das várias infelicidades que acometeram o Grêmio em Passo Fundo, sábado passado.

PRIMEIRA INFELICIDADE: os dirigentes do Grêmio e Renato talvez não se autorizem a chamar os jogadores Biteco e Vargas de irresponsáveis.

No entanto, na qualidade de jornalista e de gremista, me imponho o dever de chamar os dois jogadores de irresponsáveis. Será que os dois não sabem que nesse sistema de pontos corridos todos os jogos, absolutamente todos, decidem o título?

Então por que cometeram as duas infantis agressões aos adversários?

Vargas e Biteco têm de ser severamente advertidos. Vão cometer essas agressões em outro lugar, não no campo, onde o Grêmio decide, com muita paixão e dinheiro em jogo, a sua sorte no Brasileirão. Acabaram se tornando os dois jogadores em culpados diretos pela derrota.

Ser derrotado o Grêmio por jogadores adversários, se tolera. Mas ser derrotado por dois jogadores do seu próprio time é intolerável.

SEGUNDA INFELICIDADE: No caminho da concentração para o estádio, houve um acidente de trânsito que atrasou em uma hora o ônibus da delegação gremista, o que provocou aquecimento apressado e curto da equipe.

Foi admitido que escolheram mal a localização do hotel onde ficou o Grêmio.

TERCEIRA INFELICIDADE: Renato escolheu mal a relação dos jogadores que viajaram: preferiu levar Maxi Rodríguez em vez de Riveros. Como não viajou Riveros, Renato escalou Biteco, que acabou cometendo o fiasco de ser expulso infantilmente. Tivesse Renato levado Riveros, que foi contratado para jogar e não ficar descansando em Porto Alegre, Biteco não teria saído jogando e se evitaria o desastre.

Renato também disse após o jogo que o campeonato está recém começando. Engana-se Renato: o campeonato está desde já se decidindo, mais tarde pode não haver tempo para recuperar-se desta triste derrota.


Mas confio que meu amigo Renato saberá levar o Grêmio a uma grande vitória contra o Fluminense no próximo jogo.

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