12
de julho de 2013 | N° 17489
PAULO
SANT’ANA
Políticos e
fraldas
Ontem
foi um dia atípico. Então peguei um táxi e fui até o Shopping Praia de Belas.
Comi
um pastel diminuto, custou R$ 2,40. Depois, fui até o Troppo Buono e pedi um
sorvete dietético, tinha creme e chocolate, fui no primeiro.
Nas
ruas havia calma no trânsito, noticiava-se que uma passeata se encontrou com
outra perto da Rodoviária e se dirigiram para o Centro.
O
shopping estava quase vazio, uma senhora sentou à mesa da área de alimentação admirando
seus dois netos a saborear sorvetes de chocolate.
Sentei
à mesa de um aposentado do IPE que almoçava com um filho que trabalha no
Santander e foi dispensado do serviço ontem por intervenção do sindicato, que
pregava paralisação total.
E eu
festejei interiormente que pude tirar uma tarde para ir ao shopping, sem me
esquecer da maldade humana que é movida pela inveja ao agredir com mentiras.
Mas
é preciso voltar ao trabalho, faço-o lembrando que o leitor Maurício Telles
(mailto:mtelles16@gmail.com) se congratulou com minha coluna de ontem sobre as
filas do SUS e lembrou o seguinte:
Tempo
para um paciente do SUS fazer um ultrassom: 4 meses.
Tempo
para um paciente do SUS fazer uma tomografia: + ou - 6 meses.
Tempo
para um paciente do SUS fazer uma ressonância: + ou - 1 ano.
Tempo
para um paciente do SUS fazer uma endoscopia: + ou - 1,5 ano.
Tempo
para um paciente do SUS fazer uma colonoscopia: + ou - 2 anos.
Lembra
ainda o leitor que há falta de leitos nos hospitais, que as emergências estão
sempre lotadas, que há falta de leitos nas UTIs (em todas, principalmente nas
neonatais e nas pediátricas), falta de medicamentos básicos na rede de saúde
pública (medicamentos de baixa qualidade e uso de remédios similares).
Diz
ainda que podem contratar 1 milhão de médicos que nossa Saúde continuará
sucateada.
Por
isso é que este colunista tanto escreveu que, em vez de gastarem dezenas de
bilhões construindo estádios para a Copa do Mundo, os governantes deveriam
erigir um SUS padrão Fifa.
Não
adianta ser deputado ou senador com este atendimento precário da Saúde, que
leva ao abandono e à morte milhões e milhões de brasileiros, em todos os
tempos.
A
Saúde é o mínimo direito de um brasileiro. E os governantes que em matéria de
Saúde relegam seu povo a este abandono deviam olhar-se no espelho e
envergonhar-se de serem políticos.
Como
dizia o Eça de Queirós para esta gente: “Políticos e fraldas devem ser trocados
frequentemente, pelo mesmo motivo”.
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