31
de julho de 2013 | N° 17508
PAULO
SANT’ANA
Outro que não me
cita
Inúmeras
vezes me ocupei com afinco em abordar o assunto “felicidade”.
Modéstia
à parte, tive sucesso junto aos leitores.
A
minha tese central era a de que os filósofos afirmam que a missão principal dos
homens sobre a Terra era a busca da felicidade.
Notei
então uma contradição por parte dos filósofos: se eles também afirmam que a
felicidade é efêmera, como buscar uma condição efêmera?
Ao
taxar a felicidade de efêmera, os filósofos dizem que ela é fugidia,
temporária, provisória, ou seja, não existe.
E se
ela não existe, como incentivam os homens a buscá-la?
Ora,
se a felicidade não existe, o que é admitido pelos próprios filósofos, então o
dever do homem na vida não é a busca da felicidade, e sim buscar ser menos
infeliz, essa é a minha tese fulcral.
Interessou-se
sobre meu assunto o dr. Fernando Lucchese. E resolveu me contrariar, afirmando
que a felicidade existe e que é possível ser feliz.
Pegando
carona no meu assunto preferido, o dr. Lucchese, que também é eminente
cardiologista, resolveu escrever um livro, intitulado Não Sou Feliz! Por quê?
O
autor vai autografá-lo hoje, às 19h30min, na Lojas Colombo do Shopping
Iguatemi. Faz isso em homenagem a Adelino Colombo, que, quando o autor tinha
nove anos, consertava numa lojinha a sua bicicleta. Como o assunto do livro me
intriga profundamente, estarei lá para o lançamento.
Na
nota explicativa sobre seu livro, o dr. Lucchese escreveu que “alguns” dizem
que, não podendo ser felizes, cabe aos homens buscarem apenas ser menos
infelizes.
O
dr. Lucchese não teve a coragem ou a grandeza de escrever que não são “alguns”
que dizem que resta ao homem o dever de tentar ser menos infeliz. Quem diz isso
sou só eu, ninguém nunca mais disse isso assim com tal precisão e clareza.
Particularmente,
para mim, o dr. Lucchese disse que escreveu o livro provocado pelas minhas
colunas.
Sei
lá por que motivo ele ocultou meu nome em seu livro, de vez que me confessou
que escreveu o livro por causa das ideias deste colunista sobre o tema.
Ou
seja, o dr. Lucchese omite meu nome, com certeza não quer me promover.
Mas
agora notem a diferença entre o dr. Lucchese e mim: ele não me cita em público,
embora no particular confesse que fui eu que o inspirei a escrever seu livro.
Enquanto
isso, estou escrevendo uma coluna inteira sobre o dr. Lucchese e sua oposição
ao meu pensamento.
Estou
fazendo propaganda do livro do dr. Lucchese, enquanto ele subtrai do público
que sou o centro motivacional de seu novo livro.
Mas
eu já estou cansado de tanta ingratidão igual, embora esse cansaço não faça com
que eu desista de ser magnânimo.
E no
mínimo, com esse comportamento esquivo, o dr. Lucchese foi “infeliz”.
A
julgar pela agressão absurda que sofreu o torcedor gremista apelidado de Gaúcho
e por essa decisão de um Gre-Nal com uma torcida só, verdadeiro onanismo, Fábio
Koff é quem tinha razão: a Arena não é do Grêmio. É da Brigada Militar.
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