10
de julho de 2013 | N° 17487
PAULO
SANT’ANA
Jovens e velhos
Não
me espanta que só anteontem tenham morrido 51 pessoas nos distúrbios ocorridos
no Cairo, Egito.
Porque
eu vi anteontem na televisão uma cena em que um partidário da Irmandade Muçulmana,
entidade que reage à deposição do presidente Mursi, atirava com um fuzil portátil
contra as forças fardadas da ordem.
Então
não causa surpresa que tenha havido 51 mortos e 435 feridos.
Em
outras palavras, tais acontecimentos podem ser chamados de guerra civil.
Acontecimento
auspicioso: as delegacias de polícia especializadas em homicídios, entre nós,
reduziu para 50% os casos de autoria localizada, responsabilizada junto à Justiça.
Até pouco
tempo atrás, o índice de homicídios não solucionados pela Polícia Civil beirava
os 80%.
Parabéns
a esse sopro de agilidade, rapidez, lucidez e eficiência da nossa polícia.
E
ainda dá para fazer melhor.
O
Mercado Público não tinha alvará contra incêndio. E o gigantesto Centro
Administrativo também não tem.
Que
gozado, a gente só vai ver que um prédio não possuía alvará contra incêndio
quando ele é incendiado, menos quanto ao Centro Administrativo, que desejamos
nunca se incendeie.
A
palavra “velho” é usada muitas vezes no sentido de ultrapassado, inútil. Os que
a usam assim devem também usar a palavra “jovem” com o sentido de imaturo,
irresponsável.
São
dois erros grosseiros, até mesmo porque um velho pode ser eficientíssimo,
enquanto acolá se encontrará um jovem inapto, ou então um velho ali adiante é inútil
e um jovem nas imediações é de rara competência, não sendo a idade que os
distingue assim.
Na
semana passada conheci uma grande clínica médica de Porto Alegre, que atende 300
pessoas por dia, em que seu dono me disse que o segredo da eficiência de seus
funcionários está em que ele tem o cuidado de admitir pessoas com mais de 40
anos; declarou-me que acima dessa faixa de idade se encontram as pessoas mais
dedicadas profissionalmente e que apresentam melhores resultados funcionais.
Fiquei
entusiasmado com o que ele me disse porque há muitos anos apelo aos empresários
para que não se recusem a empregar pessoas que tenham mais de 40 anos.
E
nunca, em nenhuma dessas minhas colunas, aconselhei alguém a não empregar
jovens.
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