23
de julho de 2013 | N° 17500
É UM
PRÍNCIPE
Britânicos embalam o bisneto real
Cercado
por ritos seculares com toques de modernidade, herdeiro que ainda não tem nome
já nasce pop e rendendo milhões
Um
arauto de chapéu emplumado postou-se ontem em frente ao Queen Mary’s Hospital,
em Londres, e anunciou o nascimento do primeiro filho do príncipe William e de
Kate Middleton. – Seja bem-vindo ao dever público um futuro rei! – dizia o
homem, em contraste quase folclórico com os curiosos que já atualizavam seus
feeds do Twitter.
A
pompa rejuvenescida pelo jovem casal e, agora, pelo bisneto da rainha Elizabeth
II, fascina oito em cada 10 britânicos. É o que apontam as pesquisas de opinião,
segundo as quais a monarquia e seus ritos jamais estiveram tão populares.
O
bebê nasceu com 3,8 kg, o mais pesado futuro monarca na história recente, e
ainda não tem nome. Seu título, no entanto, está definido desde 8 de julho: atenderá
por Sua Alteza Real, príncipe de Cambridge.
Kate
chegou ao hospital às 8h (4h, em Brasília). O príncipe nasceu de parto normal, às
16h24min (horário local), mas o anúncio foi feito quatro horas depois. Além do
arauto, a família cumpriu o protocolo tradicional de exibir em um cavalete
dourado no Palácio de Buckingham o boletim médico. “Não poderíamos estar mais
felizes”, declarou, em nota, o pai.
William
e Kate disseram que não perguntariam o sexo da criança antes do nascimento, e o
mistério se arrastou até ontem. Especulava-se que seria menina. No início do
ano, a rainha mudou uma regra para abolir a discriminação de gênero em sua
sucessão. Até então, o sexo masculino tinha preferência.
O
mundo em que nasce o bebê real é um lugar completamente diferente do que
encontrou seu pai, há 31 anos, na nervosa era de Margaret Thatcher. Hoje, a
sociedade britânica é mais liberal, mais desigual e bem menos interessada em
política. E, naquele momento, o encanto dos britânicos era por Diana, a
primeira mãe de um herdeiro real a dar à luz em um hospital – o mesmo de Kate.
Quando
Elizabeth II foi coroada, em 1953, um terço dos súditos acreditava que ela
assumia o trono por direito divino. Anos depois, precisou fazer jus a sua posição
– enxugar gastos e controlar os escândalos de infidelidade conjugal
protagonizados por seus filhos, além de contornar a morte da princesa Diana,
que agora seria avó.
A
chegada do bebê coroa uma série de três anos dourados para a família real. Em 2011,
a monarquia recuperou popularidade com o casamento de William e Kate. Em 2012,
Elizabeth comemorou os 60 anos de reinado e, agora, o bisneto real nasce
movimentando mais de R$ 826 milhões com a venda de suvenires comemorativos e
embalando multidões.
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