sábado, 13 de julho de 2013


14 de julho de 2013 | N° 17491
PAULO SANT’ANA

Os peixes e os frutos do mar

Gosto de bacalhau e gosto de camarão. Evidentemente que os restaurantes especializados não usam esses dois frutos do mar em um só prato.

Então experimento um estratagema, peço um prato de bacalhau e um prato de salada de batata com maionese e camarão. E assim risco um duplo dessa minha preferência.

Mas não fica por aí o meu gosto pelos peixes e crustáceos. Eu adoro a merluza negra. Devoro-a acompanhada de vegetais cozidos.

É antigo o meu deliciamento com o bagre ensopado, desde a infância adquiri por esse prato uma espécie de devoção, pena que os restaurantes de peixes em Porto Alegre não o exercitem, somente usam de pratos colaterais, como a moqueca.

E também no Gambrinus, só para mim, mandam comprar tainha na banca do peixe do Mercado Público e fazem as postas fritas, não está no cardápio, amigos, mas não existe nada mais saboroso.

Dizem que comer peixe dá saúde e que nas cabeças dos peixes há fosfato. Mas não é por isso que como peixe, é porque gosto mesmo. Gosto também de peixes assados, os apropriados são os peixes gordos.

E a caldeirada, hein, existe maior gostosura? Mas a gente presume que só comer carne vermelha, seja no churrasco, seja nos bifes, não é muito saudável. E aí é que entram os peixes como alternativa providencial.

Cuidado com a espinha do peixe, há peixes espinhentos, dizem alguns que são os mais gostosos, duvido disso quando topo no prato com um filé de côngrio, sem qualquer risco de encontrar espinhas.

Eu sou do tempo em que se fazia lambari frito para o aperitivo, era tão bom que a gente acabava se embebedando ao comê-lo tanto.

A variedade de peixes que já comi nessa vida foi muito grande: traíra, dourado, carpa, tilápia, anjo, uma infinidade.

Só não tolero polvo e lula, dizem seus fãs que são deliciosos, mas nunca os enfrentei, se o tivesse feito tenho certeza que me tornaria adepto deles, afinal gastronomia depende da experimentação dos pratos.

E fora dos peixes, entrando no terreno dos batráquios, aprendi a comer, há 50 anos, no antigo Recreio Avenida, na Avenida Presidente Roosevelt, a rã frita ou cozida.

Por sinal, a minha ignorância dita que o feminino de sapo é rã. Então por que a gente nunca viu no cardápio o sapo à milanesa, somente o seu feminino?

É assim, os masculinos sempre levam desvantagem, é o caso do galo que, se diz, tem como maior desgosto o destino de, depois de abatido, ser colocado na mesa como galinha.

Mas nunca consegui comer o escargot. Não me passa pela goela. E pensar que tem gente que come cobra frita, jacaré, até mesmo ratão do banhado já conheci gente que o comia.


Ora, quem tem de comer rato é o gato, isso não é tarefa humana.

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