06
de fevereiro de 2013 | N° 17335
ALTAS
À VISTA
Petrobras brigará por mais
reajustes nos combustíveis
Diante
da queda do lucro, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse ontem que a
estatal manterá, em 2013, a “busca permanente pela paridade com os preços
internacionais” do petróleo e derivados. Isso significa que a estatal vai
brigar por novos aumentos de preço da gasolina e do diesel ainda neste ano.
Com
reajustes inferiores à evolução das cotações internacionais e diante da
necessidade de importar a preços maiores para suprir o mercado doméstico, a
companhia viu seu lucro cair 36% no ano passado. Entre 2012 e janeiro deste
ano, a empresa aumentou três vezes o preço do diesel (alta acumulada de 16,1%) e
duas vezes a gasolina (alta de 14,9%). Os percentuais não teriam corrigido, porém,
a defasagem frente ao mercado externo, e os reajustes foram contidos diante do
receio do governo quanto à pressão inflacionária.
– Com
relação à política de preços, tivemos intensas discussões com o controlador (a
União) – admitiu Graça.
A
executiva reivindicou reajustes para injetar recursos em caixa na companhia
para realizar seu bilionário plano de investimento focado no pré-sal e evitar a
expansão do endividamento – já observada no balanço de 2012. Graça explicou que
o aumento do dólar frente ao real resultou numa alta de 17% do preço do petróleo
tipo brent (referência internacional) em reais. Para 2013, a dificuldade tende
a persistir, já que a companhia projeta uma alta de 4% no consumo de combustíveis,
e os preços seguem defasados em relação ao mercado externo.
Em
ano “difícil”, estatal vende ativos
O
ano de 2013 para a Petrobras será “extremamente difícil” e mais desafiador do
que 2012 em razão do acúmulo de paradas programadas de plataforma de produção
de petróleo no primeiro semestre, segundo Graça. Tal situação ocorrerá em
paralelo a uma fase de pesados investimentos da companhia, quando a estatal
precisaria produzir mais para gerar receita. Na segunda-feira à noite, a
empresa informou que teve lucro líquido de R$ 21,182 bilhões em 2012, valor 36,3%
inferior ao registrado no ano anterior.
Para
reforçar o caixa e enfrentar esse ano mais “difícil”, a companhia decidiu
vender ativos. Vai abrir um data-room, sala virtual na qual apresenta informações
sobre reservas, produção esperada, qualidade do óleo, custos e outras, para
colocar à venda campos ou participações em áreas de produção, principalmente no
Brasil e Golfo do México.
– Esperamos
receber as propostas em abril mesmo para analisar as melhores – disse Graça, em
entrevista coletiva concedida hoje para comentar o balanço da companhia em 2012.
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