14
de fevereiro de 2013 | N° 17343
PAULO
SANT’ANA
Ressuscitação
Anunciaram
anteontem na internet que eu morri.
O Nílson
Souza me telefonou aflito: “Que coisa boa te ouvir. A internet está bombando,
estão dizendo que morreste. Acho melhor tu falares na Gaúcha para desmentir”.
As
pessoas telefonavam para a rádio e ficavam sabendo que eu ainda não morrera.
Tenho
aqui em mãos a notícia que originou a celeuma: “Faleceu às 21h do dia de hoje
um dos mais renomados colunistas e escritores do RS, vítima de câncer, aos 73
anos de idade (e uma fotografia minha acabou estampada)”.
Que
coisa boa, ainda não morri. Vou continuar comendo camarão.
Não
sei por que, mas sinto-me como se tivesse renascido.
A
sensação de ter ressuscitado é meio estranha. Depois que saí da tumba, corri
aqui para Zero Hora para ser visto pelos apóstolos.
Interessante,
pararam todos os relógios e a internet começou a gritar no noticiário que eu
morri.
Logo
a seguir, os desmentidos: “Não, o Sant’Ana não morreu, está na Serra. Está bem
vivo, respirando o ar da nossa terra”.
Que
sensação! Acordei-me dentro de um grande caixão, entre tíbias, patelas, fêmures
e úmeros. Os coveiros reviraram os ossos e me descobriram íntegro entre as
ossaturas.
Estou
aqui, para o que der e vier. Ainda tenho muito que aproveitar na vida, vou
ainda comer muitas saladas de frutas e gozarei ainda de um infinito número de
bate-papos na Rua Padre Chagas.
Coisa
boa que vou poder continuar trabalhando.
Coisa
boa é viver!
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