13 de fevereiro de 2013
| N° 17342
PAULO SANT’ANA
Um papa jovem
O que se verifica com a renúncia
do Papa não passa de uma singela aposentadoria.
O direito à aposentadoria é
universal e humanitarista.
Verifica-se agora um defeito no
Direito Canônico por não ter previsto a aposentadoria dos papas.
Muitos papas terminaram seus
mandatos caindo aos pedaços.
Ninguém tinha coragem de sugerir
aos papas que se afastassem dos seus mandatos e os próprios papas não tinham
coragem para pendurar as chuteiras.
Este Bento XVI teve a coragem.
Palmas para ele.
Seria a hora para os cardeais
elegerem o primeiro papa negro.
Depois e durante Obama, causaria
enorme e positiva reação na opinião pública mundial a escolha de um papa negro.
Seria um grande momento
revolucionário na Igreja.
Mas não seria um momento culminante:
a Igreja só se sublimará no dia em que eleger uma mulher para comandar o
Vaticano.
A eleição de uma papisa
democratizaria definitivamente a Igreja.
Uma papisa significaria que a
Igreja considera os dois sexos com o mesmo direito, seria o reconhecimento da
igualdade entre os homens, só então as mulheres teriam reconhecido finalmente o
seu papel original, justo e, agora como nunca, de protagonismo na espécie
humana.
Falta muito para que se tenha uma
papisa.
Mas um dia a teremos.
Não é só para ser zagueiro do
Grêmio que se exige preparo físico: o Papa se queixou de que não tem mais força
física para continuar no cargo.
Ele poderia tranquilamente
prosseguir na administração dos negócios do Vaticano, mas o problema é que ser
papa hoje em dia significa ter de viajar.
Ou seja, o papel de papa exige um
papa-travel.
O que o conclave que elegerá um
novo papa precisa decidir imediatamente é que não cabem mais papas velhos, o
cargo exige energia física incompatível com a decrepitude.
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