10 de fevereiro de 2013
| N° 17339
PAULO SANT’ANA
Corda de salvamento
Vivo dizendo que a minha corda de
salvar afogados tem só 10 metros de comprimento.
Carrego sempre comigo, enrolada,
a minha corda de salvar afogados. Nunca se sabe, ela pode ser necessária.
Se o perau onde está se afogando
o afogado tem mais de 10 metros de profundidade, minha corda não o atinge e ele
está frito.
Ainda assim, nessas últimas
décadas, salvei várias pessoas de afogamento.
Há 50 anos, num arroio chamado
Olaria, imediação de onde hoje existem os prédios da PUC, um homem estava se
afogando num lugar de grande profundidade.
Eu atirei minha corda para ele e
gritei: “Segura a corda!!!”. O homem se debatia na água e respondia para mim:
“Não seguro! Não seguro!”.
É isso mesmo que acontece muitas
vezes. A gente quer salvar alguém e esta pessoa não quer ser salva. Em muitas
situações ocorre isto na vida.
Comigo próprio acontece isto de
que eu não queira me salvar. Um exemplo claro é que não largo o cigarro. Existe
diferença entre mim, que não largo o cigarro, e o homem que não queria segurar
na minha corda para salvar-se do afogamento?
Nenhuma diferença, exatamente
igual: era só segurarmos a corda ou largarmos o cigarro e estaríamos salvos.
Não beba. Use camisinha. Evite
engarrafamentos. Não ande de ônibus em Florianópolis. Não aceite briga com
qualquer um. Não se afaste da casinha do salva-vidas, mas divirta-se ainda
assim neste Carnaval.
Quanto a mim, depois que aboliram
o confete, a serpentina e o lança-perfume, não me interesso mais por Carnaval:
Guardo ainda bem
Guardada a serpentina
Que ela jogou.
Ela era uma linda colombina
E eu um pobre pierrot.
E o confete não passa de um
pedacinho colorido de saudade.
Quarta-feira passada, o Grêmio
goleou o São José no Olímpico por 5 a 1. O Zé Roberto fez dois gols lindos, mas
a grande figura para mim foi o lateral-direito Pará.
O Pará jogou nessa partida o que
os colorados sonham que o Gabriel venha a jogar na lateral do Inter em 2013.
Pará. Eis o grande nome do Grêmio
no momento.
Quando se decide, não atino por
que razão, que o Grêmio vai jogar com os reservas, o que vem se repetindo
maçantemente, lamento muito somente porque então não vou ver o futebol de Pará.
É uma lástima e um desperdício.
No Gre-Nal disputado em Erechim,
o Grêmio jogou com os reservas, alegando que era para preservar os titulares.
Mas, incrivelmente, o Luxemburgo
não foi a Erechim treinar os reservas no Gre-Nal. Presumo, então, que se
preservou também, sem motivo aparente algum, o treinador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário