sábado, 9 de fevereiro de 2013



10 de fevereiro de 2013 | N° 17339
PAULO SANT’ANA

Corda de salvamento

Vivo dizendo que a minha corda de salvar afogados tem só 10 metros de comprimento.

Carrego sempre comigo, enrolada, a minha corda de salvar afogados. Nunca se sabe, ela pode ser necessária.

Se o perau onde está se afogando o afogado tem mais de 10 metros de profundidade, minha corda não o atinge e ele está frito.

Ainda assim, nessas últimas décadas, salvei várias pessoas de afogamento.

Há 50 anos, num arroio chamado Olaria, imediação de onde hoje existem os prédios da PUC, um homem estava se afogando num lugar de grande profundidade.

Eu atirei minha corda para ele e gritei: “Segura a corda!!!”. O homem se debatia na água e respondia para mim: “Não seguro! Não seguro!”.

É isso mesmo que acontece muitas vezes. A gente quer salvar alguém e esta pessoa não quer ser salva. Em muitas situações ocorre isto na vida.

Comigo próprio acontece isto de que eu não queira me salvar. Um exemplo claro é que não largo o cigarro. Existe diferença entre mim, que não largo o cigarro, e o homem que não queria segurar na minha corda para salvar-se do afogamento?

Nenhuma diferença, exatamente igual: era só segurarmos a corda ou largarmos o cigarro e estaríamos salvos.

Não beba. Use camisinha. Evite engarrafamentos. Não ande de ônibus em Florianópolis. Não aceite briga com qualquer um. Não se afaste da casinha do salva-vidas, mas divirta-se ainda assim neste Carnaval.

Quanto a mim, depois que aboliram o confete, a serpentina e o lança-perfume, não me interesso mais por Carnaval:

Guardo ainda bem

Guardada a serpentina

Que ela jogou.

Ela era uma linda colombina

E eu um pobre pierrot.

E o confete não passa de um pedacinho colorido de saudade.

Quarta-feira passada, o Grêmio goleou o São José no Olímpico por 5 a 1. O Zé Roberto fez dois gols lindos, mas a grande figura para mim foi o lateral-direito Pará.

O Pará jogou nessa partida o que os colorados sonham que o Gabriel venha a jogar na lateral do Inter em 2013.

Pará. Eis o grande nome do Grêmio no momento.

Quando se decide, não atino por que razão, que o Grêmio vai jogar com os reservas, o que vem se repetindo maçantemente, lamento muito somente porque então não vou ver o futebol de Pará.

É uma lástima e um desperdício.

No Gre-Nal disputado em Erechim, o Grêmio jogou com os reservas, alegando que era para preservar os titulares.

Mas, incrivelmente, o Luxemburgo não foi a Erechim treinar os reservas no Gre-Nal. Presumo, então, que se preservou também, sem motivo aparente algum, o treinador.

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