11 de fevereiro de 2013 | N° 17340
PAULO SANT’ANA
Guri
rueiro
Talvez, entre todos os alimentos que consumo, o sorvete seja
o que mais aprecio.
Descobri no Zaffari um sorvete espetacular: é italiano. A
Itália tem a fama de ser o país que faz os melhores sorvetes do mundo.
O de doce de leite (dolce latte) é espetacular. Mas tem
também de frutas. Há também no Zaffari um ótimo sorvete que deve ser holandês,
a julgar pelo nome.
No Zaffari, os sorvetes importados custam cerca de 60% menos
do que custam nas lojas de conveniência.
As principais evidências mostram que o sorvete foi inventado
na China, há 3 mil anos.
Conta a história que, na Antiguidade, o navegante italiano
Marco Polo trouxe da China o sorvete, não sei como, se seu navio naquele tempo
não tinha frigorífico. Marco Polo deve ter trazido a receita, assim como o
macarrão foi ele quem o descobriu na China.
Na China, diz a história, o sorvete era uma mistura de neve,
frutas e mel, uma delícia.
Há também aqui no Shopping Praia de Belas uma sorveteria
ímpar, extraordinária. Sempre que vou ao shopping, como mais de meio quilo de
sorvete, que é sem dúvida a sobremesa mais saudável.
Usa-se o sorvete também para misturá-lo ao leite e fazer
aquilo que se chama de milk-shake. No Shopping Iguatemi, fazem fila os clientes
para tomar o milk-shake denominado de Ovomaltine, é dos deuses.
Mudando de assunto, sempre que me apresentava em bares
noturnos para cantar, eu dizia o seguinte aos alegres frequentadores: “Quero
dizer a vocês que não resta nenhuma dúvida de que aqui neste ambiente onde nos
encontramos há muito mais felicidade e alegria do que lá na minha casa”.
Todos me aplaudiam.
Eu me esquecia de dizer o que afirmo hoje: o lugar a que
menos vou é minha casa. Minha casa é um ambiente muito chato, só tem queixas e
lamúrias.
O Guerrinha é quem afirma que, logo depois que se levanta
pela manhã, começa a ser xingado por sua mulher: todos os dias, ela reclama que
ele fez xixi na tábua e que o café já está servido há 20 minutos e está
esfriando.
Por essas coisas, vou muito pouco à minha casa. Desde
criança, prefiro a rua. Quando eu era guri, minha madrasta tinha uma expressão
para definir este pouco gosto que tenho pela minha casa: “Este menino é muito
rueiro”.
Criei-me na rua, na rua fiz carreira, dei meus primeiros
passos na vida. Na rua eu aprendi a ser gente, na rua eu tive as maiores
alegrias e é verdade que também as maiores tristezas.
E só uma vez fui posto na rua pela minha casa, andei muitos
anos vagando e depois voltei ao remanso do lar.
Ah, eu chorei, quando saí lá de casa, e conheci o mundo, eu
chorei. Ah, só eu sei, que pra chegar onde estou, eu confesso que lutei, eu
lutei.
Eu e o Benito di Paula.
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