27
de fevereiro de 2013 | N° 17356
PAULO
SANT’ANA
Um arranjo
primário
O
caso da morte de um menino de 14 anos no jogo do Corinthians na Bolívia
continua dando pano para manga.
Estão
presos na Bolívia 12 torcedores do Corinthians, as autoridades bolivianas
supõem que entre eles esteja quem disparou o sinalizador que causou a morte do
garoto.
Nunca
pensei que um sinalizador luminoso desses pudesse ter tal ação mortífera. Mas
teve.
A
questão é que agora um menor brasileiro, com 17 anos, se apresenta como autor
do disparo. E se apresenta aqui no Brasil, confessando que foi ele quem atirou
o sinalizador assassino.
As
autoridades bolivianas, penso, não vão cair nessa balela. Mesmo que esse menor
confesso esteja falando a verdade, todas as tintas dessa confissão parecem ter
cores falsas.
A
começar pelo fato de que o menor confesso é inimputável, isto é, não pode ser
atingido pela lei penal, que aqui no Brasil só pune quem for maior de 18 anos.
Ora,
seria muito fácil para qualquer advogado arranjar uma pessoa que se
autoacusasse, ainda mais uma pessoa inimputável. Muito fácil, visando inocentar
os 12 presos corintianos que mofam por enquanto nos xadrezes bolivianos.
Tudo
tem a aparência de uma esparrela. Talvez quem arranjou esse novo culpado não
tenha calculado que na Bolívia a maioridade penal começa aos 16 anos, o que
viria a atingir o autor confesso arranjado.
Ainda
assim, é de todo impensável que o Brasil extraditasse o menor para responder a
processo na Bolívia. O Corinthians já foi punido pelo fato, jogará todas as
partidas pela Libertadores, no Brasil, com os portões fechados, isso no campo
esportivo.
Mas
quem pagará pela morte lamentável da criança boliviana? Como sempre, é muito
difícil elaborar a Justiça.
Os
métodos de Justiça empregados pelos humanos muitas vezes são precários. Nesse
caso, tudo se encaminha para a não solução.
Ou
para a injustiça.
Tudo
porque engendraram uma maneira de libertar os corintianos que estão presos lá,
mas não dão nada, nada, em troca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário