quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013



28 de fevereiro de 2013 | N° 17357
PAULO SANT’ANA

Agradeço a solidariedade

Recebi uma montanha de e-mails de pessoas que se solidarizaram comigo em face da agressão física e verbal, além de racismo, que sofreram membros da minha família na semana passada.

Muita gente condenando as atitudes da patrulha da Brigada Militar que produziu as ofensas, mas mais gente ainda protestando por já ter sido maltratada por integrantes da BM, quando de revistas e abordagens.

Se não houver uma providência por parte do comando da PM no sentido de mudar a ação de prepotência dos agentes, que caracteriza infindável número de abordagens, esse absurdo persistirá. Infelizmente alguns PMs acham que são donos do mundo por portarem fuzis ostensivos, já por si intimidatórios.

Por sinal, esqueci-me de citar um detalhe além dos desmandos que cometeu aquela patrulha: os seus integrantes, fato que se repete aos milhares no cotidiano, esconderam os crachás que são obrigados a manter colados nas fardas, de tal sorte que meus familiares que foram vítimas de seu arbítrio não puderam identificá-los para usar em provável queixa. É uma atitude que se repete todos os dias sob os olhos dos oficiais superiores da PM.

Ainda sobre o mesmo tema, cheguei só ontem de Santa Catarina e encontrei sobre minha mesa uma mensagem do secretário da Segurança gaúcha, Airton Aloisio Michels:

“Prezado Sant’Ana: sobre tua correta e digna crônica na ZH deste domingo, com legítimo aguardo de minha atenção e do governador (que a tudo sempre acompanha, especialmente na segurança pública), sobre o fato que narras, me permito registrar:

1. Ainda na noite de terça-feira (e não na quarta, mas isso não importa), tomei conhecimento do fato através do comandante da Brigada Militar, o qual me informou dos acontecimentos e, também, das providências apuratórias que o episódio demandava e já por ele determinadas;

2. Asseguro-te (não sem lamentar) que outras denúncias da natureza da que vitimou teus familiares já me foram informadas e a todas temos dado atenção investigatória legal e devida, mas, admito Sant’Ana, que as tenho recebido mais do que devia, pois, de fato, ainda temos uma minoria de policiais militares que não compreenderam que os tempos são outros e, de qualquer sorte, o abuso de autoridade não se justifica em tempo nenhum;

3. Não ‘jogues a toalha’ (e esta é a única discordância com tua coluna), vai em frente, precisamos apurar e punir os maus servidores para o bem da sociedade e, mais ainda, da própria BM.

Finalmente, Sant’Ana, observo que as imperfeições ortográficas deste meu texto se devem ao fato de que, no momento, só tenho acesso a um aparelho desatualizado; ademais, não se trata de uma resposta, ou pedido de publicação ao teu texto, que não comporta contradita, salvo tua eventual desistência, como apontei.

Um abraço (estava assinado) do Airton Aloisio Michels, secretário de Segurança Pública do RS”.

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