06
de agosto de 2013 | N° 17514
PAULO
SANT’ANA
Tem poder o
ódio?
Às
vezes, fico pensando que quem tem a capacidade de amar tem também a de odiar.
Nenhuma
pessoa, reflito eu, pode só amar, sem ter a capacidade de também odiar.
Talvez
o mais impossível seja aparecer uma pessoa que não ame ninguém ou não odeie
ninguém, seria uma ameba.
O
normal – e penso até que aconselhável, perdoem-me se exagero – é uma pessoa
amar com todas as forças do seu coração e odiar também com toda a sua energia.
Da
minha parte, orgulho-me de mim quando estou amando e me envergonho quando estou
odiando.
Dizem
que o ódio só maltrata a quem odeia, quem é objeto do ódio não sofre nada.
Só
que, quando odeio, faço-o com tanta intensidade, que meu ódio carrega a
finalidade absurda e impossível de fazer sofrer a quem odeio.
Eu
poderia dar uma de bacana com os meus leitores dizendo que nunca odeio ninguém.
Mas tenho de falar a verdade: odeio, sim, e isso me enfraquece moralmente.
Se
eu não fosse capaz de odiar, me sentiria muito melhor.
Ao
mesmo tempo, tenho nítidas e frequentes sensações de que estou sendo odiado por
determinada pessoa. E não sei se essa pessoa tem razões para me odiar,
desconfio que sim.
Na
verdade, a que leva o ódio? Vejo agora que não leva a nada, só aniquila
interiormente a quem odeia.
E me
aniquila.
Permitam
que eu mude o assunto para o futebol, pois é urgente.
Só foram
à Arena no Gre-Nal 40 mil pessoas. Era um Gre-Nal que decidia muito, tinha de
ter mais gente.
Por
que ficaram na Arena quase 20 mil lugares vagos? Dizem que ficaram aguardando
milhares de sócios que não foram. Mas como? Não tinham de ter previsto os que
não iriam?
O
mais grave é que foi dito que houve pessoas que não foram ao jogo porque não
conseguiram comprar ingresso. Não queriam ocupar o lugar dos sócios?
Algo
terá de ser feito para corrigir-se esse problema demográfico do estádio. É um
absurdo negar-se ingresso a pessoas, com lugares vagos no estádio.
Fica
esse desafio aí para o Grêmio. Porque é muito triste multidões querendo
assistir a um jogo, não podendo, mesmo assim restarem milhares de lugares
vagos. Isso é inaceitável.
Correção:
ontem, escrevi que o comentarista Batista é da RBS TV. Não é: ele pertence à TV
Premiere FC.
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