24 de agosto de 2013 | N° 17532
MINHA VIDA | JAQUELINE BRENDLER
EM QUE
FASE VOCÊ ESTÁ? PEGAR OU NAMORAR?
Casar cedo, logo após os 20 anos, foi realidade para as
pessoas que nasceram na época do amor eterno, quando o divórcio não era
possível. Hoje, a facilidade em obter sexo sem compromisso, além das exigências
profissionais que incluem cursar a universidade e cumprir metas, está
aumentando o tempo de solteirice, adiando a idade do primeiro casamento.
Desde que o mundo é mundo, os homens são estimulados a
confirmar a sua virilidade através do número de parceiras sexuais, como também
a buscar o prazer que essas aventuras eróticas proporcionam. A maioria dos
homens tem facilidade em separar sexo-diversão-prazer da sexualidade exercida
dentro de um relacionamento, pois convivem mais intimamente com o universo
masculino e com essas duas realidades, desde a infância.
As mulheres, há duas ou três décadas, por terem conquistado
direitos iguais, têm a opção de fazer sexo casual, mas, como são educadas
vinculando sexualidade ao afeto, a maioria continua preferindo namorar.
Muitas, quando fazem sexo casual, apesar de se considerarem
bem resolvidas sexualmente, têm dificuldade de não criar ilusões ou
expectativas sobre um futuro relacionamento, o que causa sofrimento;
infelizmente, outras irão contar a velha história da vítima seduzida pelo lobo
mau. Entender que uma proposta sexual é apenas isso e nada mais não é fácil,
pois historicamente é uma nova possibilidade no universo feminino.
Pela fragilidade dos vínculos afetivos atuais, estamos
vivendo a era “fast” dentro dos relacionamentos, pois é fácil namorar e casar
tanto quanto retornar ao mercado afetivo-sexual ou somente ao sexual.
A maioria das pessoas que desejam sexo casual, antes de ele
rolar, é sincera sobre a sua intenção ou nada fala. Uma minoria joga ou insinua
algo em relação ao futuro. Quando o sexo fortuito transforma-se num caso, num
“affair”, uma das estratégias para manter o outro cativo, preso também
emocionalmente, são promessas que nunca irão se concretizar.
Uma pessoa não se transforma em canalha porque só quer
“ficar” ou “pegar”. Apenas atende à demanda oferecida por nossa sociedade, que
consome também prazer sexual, prazer carnal. Num outro momento da vida, vai
dedicar-se a investir num relacionamento. Se a fase de “pegação” se prolongar,
pode perder a oportunidade de conhecer alguém especial, dentro de uma situação
de casal.
Dizem que “um cavalo não passa encilhado mais de uma vez na
nossa frente”. Pela alta rotatividade das uniões atuais, eu diria que talvez
passe duas vezes. Ser livre implica escolher e com isso ganhamos e perdemos.
Não durma no ponto.
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