RAQUEL
LANDIM -ENVIADA ESPECIAL A
BRASÍLIA
BNDES pode financiar final de obras de
Eike
O
BNDES pode ajudar a financiar a conclusão das obras dos projetos do grupo EBX
depois que as companhias tenham sido vendidas por Eike Batista.
Segundo
a Folha apurou, a visão no banco é que "zera o jogo" quando as
empresas trocarem de mãos, e os novos controladores podem pleitear
financiamentos para os projetos "como qualquer empresa instalada no
país". O banco estatal já emprestou R$ 10,4 bilhões às companhias X, mas
cerca de 40% do total não chegou a ser liberado e a maioria dos empréstimos são
garantidos por fiança bancária.
Em
um jantar privado recente com banqueiros, Luciano Coutinho, presidente do
BNDES, afirmou que poderia financiar os projetos dos futuros donos das
companhias do grupo X.
Eike
Batista enfrenta uma profunda crise de credibilidade e está liquidando seus
ativos para pagar dívidas. Já vendeu uma fatia da MPX (energia) para a alemã
E.ON e está perto de fechar a venda da MMX (mineração).
Os
americanos da EIG, que pretendem comprar a LLX (logística), já estiveram no
BNDES, no Bradesco e em outros bancos, para as primeiras conversas, conforme
fontes ligadas às empresas.
As
conversas giram em torno de dois temas: renegociar as dívidas da LLX e discutir
novos empréstimos que podem ser necessários para a conclusão das obras do porto
do Açu, em São João da Barra, Rio de Janeiro.
A
EIG avalia injetar R$ 1,3 bilhão na LLX em um aumento de capital e ficar com o
controle da empresa. A operação, no entanto, está pendente de uma análise
aprofundada dos números da LLX e de negociações com os bancos credores, que
devem ocorrer nos próximos 30 dias.
A
EIG condicionou a compra da LLX à renegociação das dívidas de curto prazo da
LLX, para garantir que seu capital será totalmente aplicado em investimentos,
conforme revelou a Folha.
A
dívida total da LLX é de R$ 1,8 bilhão. No curto prazo, a empresa deve R$ 518,6
milhões ao BNDES, que vencem em setembro, e R$ 345,2 milhões ao Bradesco,
vencendo em fevereiro de 2014.
A
questão é que os R$ 1,3 bilhão prometidos pela EIG podem não ser suficientes
para concluir as obras do porto do Açu. A LLX não divulga de quanto ainda
precisa, mas, segundo estimativas, seriam necessários R$ 2 bilhões.
Se
os cálculos estiverem corretos, significa que a EIG precisa captar com o BNDES
ou com bancos privados cerca de R$ 700 milhões. A LLX já aplicou R$ 2,8 bilhões
no Açu e o plano era investir R$ 4 bilhões até 2014, mas a projeção está sendo
revista.
Procurados,
BNDES, EIG, LLX e Bradesco não deram entrevista.
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