Ajuda
do governo a aéreas não envolverá BNDES
O governo teme que a eventual entrada do banco de fomento na
operação poderia manchar ainda mais a imagem da política fiscal
O governo está disposto a avaliar, caso a caso, os problemas
das empresas aéreas para evitar novas demissões, estancar o processo de
encolhimento das companhias e auxiliar na redução de custos operacionais e
trabalhistas. Autoridades federais querem, entretanto, acesso às planilhas e às
contas das empresas, sob intensa pressão causada pelo dólar caro.
Os planos de ajuda ao setor excluem qualquer ajuda do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às empresas. O governo
teme que a eventual entrada do banco de fomento na operação poderia manchar
ainda mais a imagem da política fiscal, prejudicada após as manobras contábeis
que o Ministério da Fazenda fez para o governo cumprir a meta fiscal no ano
passado, assim como as que vêm sendo adotadas neste ano.
Na próxima semana, um grupo composto por ministros e
dirigentes de agências reguladoras terá uma reunião preliminar para receber as
demandas das principais companhias. A força-tarefa terá a participação dos
ministros Moreira Franco (Aviação Civil), Manoel Dias (Trabalho) e Gilberto
Carvalho (Secretaria-Geral), além do presidente da Agência Nacional da Aviação
Civil (Anac), Marcelo Guaranys, e representantes do Tesouro Nacional e do BNDES.
Nos bastidores, admite-se uma negociação sobre a estrutura
de custos do querosene de aviação, que pressiona as aéreas. Uma fonte do
governo disse que "não faz sentido" cobrar das companhias brasileiras
um valor em dólar, com base na cotação do Golfo do México. Embora admitam o
descompasso no caso do querosene de aviação, as autoridades ouvidas negaram
qualquer benefício fiscal ao setor, dizendo que não há mais espaço no orçamento
para isso.
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