15
de agosto de 2013 | N° 17523
ARTIGOS
- DENISE SOUZA COSTA*
Sem educação, seremos escravos da
ignorância
As
recentes manifestações populares revelam várias faces deste novo momento da
democracia brasileira. A sociedade em rede se mobilizou e reencontrou seu espaço,
nas ruas, e foi ouvida. A cidadania ativa fortaleceu a democracia, porém, para
seu pleno exercício, precisamos formar cidadãos cada vez mais aptos e capazes
de tomar suas próprias decisões e de assumirem as suas responsabilidades.
Sendo
assim, quanto maior for o nível de escolaridade de um país, maiores condições
terão seus integrantes de formarem juízos de valor para fazerem suas escolhas e
participarem da construção de soluções concretas para uma sociedade mais justa
e igualitária.
É neste
contexto que a educação torna-se indispensável, pois sua tarefa essencial deve
ser o desenvolvimento da capacidade de aprender e de promover a autonomia da
pessoa para ser o cidadão ativo e conectado deste novo tempo. Essa atuação só se
efetiva no contexto de um Estado democrático, no qual a verdadeira liberdade não
se restringe à liberdade física. Na era do conhecimento, esta só será plena com
a liberdade intelectual.
Nesta,
o sujeito desenvolve aptidões que o capacitarão a fazer um melhor julgamento e
decidir de que modo os valores fundamentais, consagrados pela sociedade e
formalizados como direitos na ordem constitucional, devem ser concretizados
pelos poderes públicos com eficiência e transparência. Assim, o instrumento hábil
para que a pessoa atinja esse status é a educação formal de qualidade somada à educação
para uma cidadania responsável.
É neste
sentido que o conceito de cidadania se amplia para além da nação, pois nas suas
relações com o mundo em rede, o cidadão passa a agir de forma independente,
conectado com temas globais como pluralidade cultural, paz, desigualdades
sociais, meio ambiente, saúde e segurança. Será por meio da educação efetiva e
de qualidade que se alcançará o Estado democrático de direito, entendendo que a
educação favorece o progresso pessoal e o fortalecimento da cidadania, além de
contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável em todas as suas
dimensões, econômica, social e ambiental.
Os
direitos fundamentais serão assegurados e concretizados pelo poder público a
partir do momento em que os seus titulares se tornarem conhecedores desses
direitos e de seus deveres, caso contrário, estarão condenados à vontade do
Estado, escravos da ignorância.
*ADVOGADA,
PRESIDENTE DA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DA OAB/RS
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