RUBENS
VALENTE - SHEILA DAMORIM - DE BRASÍLIA
30/08/2013
- 03h00
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Ação quer fechar correspondentes
bancários
O
MPT (Ministério Público do Trabalho) ajuizou uma ação civil pública na qual
pede a decretação da ilegalidade dos correspondentes bancários -cerca de 165
mil postos de serviço que, contratados pelas instituições financeiras, fazem o
papel de bancos em todo o país.
A ação
também quer o pagamento de R$ 6,4 bilhões em indenizações por seis grandes
bancos, pelo Banco Central e pelos Correios. Para o MPT, os correspondentes,
que são peça-chave do programa de inclusão financeira do governo, representam
uma "terceirização ilícita" da atividade-fim dos bancos e "a
aniquilação da categoria dos bancários".
O
argumento é que o modelo de negócio afronta a Consolidação das Leis do Trabalho
ao impedir que os funcionários tenham direitos trabalhistas equivalentes aos
dos bancários, como piso salarial da categoria e auxílio-alimentação.
A ação
foi ajuizada contra BC, ECT e os bancos Caixa, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco,
HSBC e Santander, em Rio Branco (AC), mas a intenção do MPT é que ela obtenha
abrangência nacional.
O
juiz trabalhista Edson Carvalho Barros Júnior decidiu enviar o processo para a
Justiça Federal, ao se declarar juridicamente incompetente para julgá-lo. O MPT
recorrerá da decisão, pois pretende que o processo corra na Justiça do Trabalho.
Em
nota à Folha, a Febraban se manifestou em nome dos bancos citados na ação. Segundo
a entidade, a contratação dos correspondentes está regulamentada por uma resolução
do Conselho Monetário Nacional de 2011.
Segundo
a Febraban, os correspondentes "constituem uma inovação financeira que,
por diminuir a necessidade de escala na oferta de serviços financeiros,
contribuem para facilitar e ampliar o acesso da população a esses serviços,
principalmente em áreas distantes e carentes".
Os
Correios disseram que os correspondentes estão autorizados por uma portaria do
Ministério das Comunicações e duas resoluções do BC.
"Os
principais correios do mundo têm importante papel na inclusão financeira de
populações de baixa renda, e por esse motivo a implantação de bancos postais é incentivada
pela ONU e pelo Banco Mundial."
O
procurador do Trabalho que atua na ação no Acre Marcos Cutrim afirma, baseado
em números da Febraban, que o número de correspondentes teve um salto de 1.103%
de 2000 a 2010, enquanto as agências bancárias cresceram apenas 20,8%.
Eles
hoje respondem por 62% do número total de pontos de serviço do sistema
financeiro nacional, instalados em lotéricas, agências dos Correios, farmácias,
papelarias e supermercados.
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