sexta-feira, 29 de junho de 2012



29 de junho de 2012 | N° 17115
PAULO SANT’ANA

O calvário do INSS

Tenho visto na televisão, à noite, em vários canais, muitos filmes que deveriam ser proibidos para menores de 80 anos.

Confesso que estou ligeiramente nervoso pela aproximação veloz do próximo dia 3 de julho.

Encontrei anteontem uma mulher jovem na saída do elevador. Tive vontade de falar com ela, em face de sua exuberante beleza.

E encontrei o pretexto: “Linda a tatuagem no seu pé”, exclamei.

Pois não é que a jovem saiu-se com esta: “Isto é porque o senhor não viu a outra tatuagem que tenho”.

E eu: “Nem poderia vê-la, você está de calça comprida e blusa”.

A moça era mesmo desembaraçada: “Podemos marcar um lugar para que eu me descubra e lhe mostre a minha outra tatuagem”.

Eu, então, fui definitivo: “Não vou aceitar o desafio porque ando muito à flor da pele e posso ter um infarto se vislumbrar tal fantástica visão. Prefiro ficar imaginando, não a outra tatuagem, e sim os derredores dela”.

Estava eu na sala em conversa com um grande amigo, quando chegou a bela moça Any Ortiz, candidata a vereadora (impressionante como depois da Manuela, e inspiradas nela, se candidatam belas senhoritas).

Foi quando, em meio à tertúlia, eu disse a Any que sou um gênio.

Interveio depressa o meu amigo: “Não chama a ti mesmo de gênio, já te disse. Centenas de milhares de gaúchos já sabem que és um gênio. Esses dias, em nossa confraria, até o Ibsen Pinheiro o reconheceu. É desnecessário que tu próprio te apelides de gênio. Assim te classificando a ti mesmo de gênio, tu acabas empalidecendo a tua genialidade”.

Uma reclamação comovente: Maria de Lourdes Pacheco, com 84 anos, viúva há três meses, manda dizer a esta coluna, por sua filha, que, há exatamente 90 dias, tenta finalizar os papéis para receber sua pensão respectiva no posto do INSS da Avenida Erico Verissimo e não consegue.

Segundo a filha da eventual pensionista, os atendentes do posto a tratam de modo soberbo e poderoso. Além disso, sempre exigem novo documento para a pobre anciã, que depois desse calvário de 90 dias irá receber “míseros” R$ 800 mensais.

A cada vez que vão ao posto do INSS, uma nova, insuportável e cansativa exigência.

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