terça-feira, 19 de junho de 2012



19 de junho de 2012 | N° 17105
PAULO SANT’ANA

Questão de vestibular

Desnecessário dizer que a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) é disparado a universidade mais cotada aqui no Estado para formar alunos em Propaganda, Marketing, Design etc.

Adivinhem, meus leitores e leitoras, qual foi o texto escolhido para que os candidatos ao vestibular na ESPM interpretassem no vestibular ocorrido sábado passado?

Pois foi exatamente o texto de Pablo, numa coluna que escrevi tempos atrás: eu abordava o tema “Melancolia e depressão”.

Vocês, portanto, já sabem que antigamente não havia a palavra depressão para designar essa triste doença mental em que a pessoa se autoarrasa e se desespera a tal ponto, que se nega a relacionar-se com as outras pessoas, querendo só ficar encerrada num quarto, entendendo que a vida perdeu o sentido.

Essa mesma doença, em tempos passados, já existia, mas seu nome era melancolia.

Fiquei muito orgulhoso por escolherem uma coluna minha para o vestibular da ESPM.

Por sinal, eu entendo que um vivente não tem a mínima condição de passar no vestibular se não ler esta coluna. O vestibular é hoje um teste que exige tanto conhecimento sobre atualidade, que é peculiar que uma pessoa só seja atualizada se for leitora desta coluna.

Por sinal, tive um atrito com um homem esses dias, num coquetel. O homem ficou furioso porque entendeu que não lhe dei passagem num corredor. E gritava: “Isso aqui não é a Zero Hora!”. Eu me exasperei e disse-lhe absurdamente: “O senhor, de hoje em diante, está proibido de ler minha coluna em ZH”.

O homem respondeu implorativo: “Tudo menos isso. O senhor não pode impedir que eu leia sua coluna. Como, então, farei para não ter os dias estragados?”.

Uma amiga minha me comunicou oficialmente que pretende voltar ao mercado da sensualidade e que para tanto criou coragem e daqui a cinco dias sofrerá uma dolorida cirurgia em seus dois joanetes.

Um homem, anteontem, trafegou com seu carro por 15 quilômetros na contramão, na freeway. Detido pela polícia, viu-se que dentro de seu carro havia uma garrafa de cachaça e duas garrafas de cerveja.

Olhem que 15 quilômetros na contramão na freeway é uma façanha mais de prestidigitação do que de temeridade.

E uma moça, dirigindo, três dias atrás, completamente embriagada, colidiu seu carro com um obstáculo. Pelo que veio a morrer um carona seu que estava no banco de trás, aqui em Porto Alegre.

A direção de carros por pessoas embriagadas é hoje um dos principais problemas do nosso louco e homicida trânsito.

Esses dias, a polícia deteve um homem que quase não parava em pé depois que foi retirado do volante.

Levou-o para a delegacia. Lá, o delegado começou o interrogatório: “O senhor bebe álcool?”.

Resposta do bebum: “Só quando não tem cachaça”.

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