quinta-feira, 14 de junho de 2012



14 de junho de 2012 | N° 17100
CLAUDIA TAJES

Correntes migratórias

O Dia dos Namorados, por mais que seja uma data comercial das bem descaradas, costuma deixar avulsas e avulsos inquietos. Todo mundo sabe que o objetivo maior da efeméride é vender, mas não adianta. Não ter para quem comprar acaba causando um vazio e tanto. Nem a economia forçada consola.

As solteiras costumam chamar a nossa leal e valorosa de Morto Alegre, e não sem razão. Morto, quer dizer, Porto Alegre é pródiga em sujeitos bacanas, mas com o senão aquele apontado pelo dito popular: homem é como vaga de estacionamento, os melhores estão sempre ocupados.

O problema é que Porto Alegre também é pródiga em mulheres das mais interessantes, o que leva muita gente a não entender como tantas delas estão sozinhas. A guria tão bonita, a outra tão talentosa, aquela que é uma flor? É a vida. Não tem homem para todas em Porto Alegre. Em contrapartida, tem homem com mais de uma mulher. Oferta maior do que a demanda, uma lei impiedosa do mercado.

Antes, muitas solteiras recorriam aos anúncios de jornal em busca de uma alma gêmea. “Romântica do Sarandi procura rapaz honesto, trabalhador e que goste de crianças e gatos para relacionamento duradouro.”

“Moça de mais de 30 anos, culta e sincera, deseja conhecer homem livre e sem filhos para compromisso. Cartas para Iludida do Menino Deus.” Hoje, com a concorrência das transex oferecendo seus préstimos nos classificados, os anúncios das casadoiras só podiam mesmo cair em desuso.

Mas existe uma saída para acabar com a solteirice compulsória: as correntes migratórias. Não é turismo sexual, nada disso. Apenas, com tantos investimentos e tanta gente chegando ao Estado, quem sabe o número de homens e mulheres não fica mais equilibrado? De minha parte, tenho me interessado bastante pelo Pará. E aí estão Rondônia, Amazonas, Sergipe, Pernambuco, Bahia etc. a oferecer alternativas. E o Bairrista que me desculpe.

Sobre o Prêmio UniRádio da FM Cultura, esqueci de citar, na última coluna, que o IPA também classificou dois alunos. Correção feita e parabéns para eles.

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