CRÍTICA
CINEMA
Balés de peixes roubam a cena no
indeciso 'Amor Impossível'
CÁSSIO
STARLING CARLOS - RÍTICO DA FOLHA
"A
Pesca do Salmão no Iêmen", convenhamos, não é exatamente um título
atraente para um filme romântico. Rebatizada como "Amor Impossível",
a adaptação do best-seller do britânico Paul Torday pertence àquele gênero de
programa mais eficaz em irritar do que em distrair.
A
direção burocrática do sueco Lasse Hallström, que já seduziu bastante público
com o açucarado "Chocolate" (2000), não agrega nada à história,
preparada como nas máquinas de fazer pão.
Ewan
McGregor, perdidão, faz um especialista em peixes que, ao lado da lindona Emily
Blunt, embarca no plano mirabolante de um xeque para transformar uma área desértica
de seu país em local para a cultura do salmão.
Contra
tudo e todos, o amor e a pesca vão frutificar.
Em
torno dessa situação romântica, duas outras tramas correm em paralelo,
conjugando ironia e um tanto inócuo de drama político.
Uma
envolve as artimanhas de uma assessora de imprensa do governo britânico, sempre
atenta aos ganhos de imagem para seu chefe. Outra procura contrastar dois tipos
de árabes, o líder "esclarecido" e grupos rebeldes fundamentalistas
que só querem praticar o mal.
Em
meio ao excesso de anedotas sem graça e intenções malsucedidas, o filme segue
aos trancos, indeciso entre o romantismo, a farsa e a denúncia. Sem noção de
que rumo tomar, o elenco se agarra à caricatura, enquanto os peixes roubam a
cena executando balés em imagens subaquáticas.
Mais
divertido que isso só mesmo pescar no deserto.
AMOR
IMPOSSÍVEL
DIREÇÃO
Lasse Hallström
PRODUÇÃO
Reino Unido, 2011
ONDE
no Jardim Sul UCI, Playarte Bristol e circuito
CLASSIFICAÇÃO
10 anos
AVALIAÇÃO
ruim
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