01
de julho de 2012 | N° 17117
DEDINHOS
NO TABLET
Conectados desde o
berço
A
tela mágica de um tablet ou smartphone, que responde a qualquer toque, faz com
que crianças tenham experiência com a tecnologia digital nos primeiros meses de
vida
Júlia
tem um ano e cinco meses e já tem um jogo preferido no tablet: Pierre, o
papagaio falante. A ave virtual reage contente ao receber um carinho e se
movimenta quando a criança pressiona certos comandos na tela.
Quando
Júlia tinha apenas alguns meses, observava o pai usar o aparelho. Depois que a
menina começou a falar as primeiras palavras, o tablet passou a compor o
arsenal de brinquedos. – Ela brinca com uns quatro ou cinco jogos, sempre sob
supervisão. A família não estranhou quando ela começou a interagir com o
tablet. Na verdade, achamos uma graça – orgulha-se o pai, Maurício Lewkowicz.
O
exemplo de Júlia demonstra como, cada vez mais cedo, as crianças passam a usar
a tecnologia. A mágica, no entanto, não está nas crianças. Os aparelhos estão
mais intuitivos. – A criança não precisa ser alfabetizada, como no computador,
que exige uso de teclado.
O
bebê se interessa pelo tablet porque é simples, o toque na tela gera reação
imediata. As crianças são atraídas pelo movimento, pela imagem. Todo aparelho
que tiver isso gera fascínio – avalia Helena Sporleder Côrtes, professora da
Faculdade de Educação da PUCRS.
Pedro
começou a descobrir os aplicativos aos dois anos, quando o pai, Tiago Becker,
comprou um iPhone. Hoje, com a irmã Júlia, sete anos, divide o tempo no tablet
sem abandonar o aparelho menor, que tem mais jogos instalados. O pai é
cuidadoso. Sabe que largar um aparelho com acesso à internet com uma criança
tão pequena pode trazer prejuízos que vão desde quebra até o download de
aplicativos pagos.
– O
uso é sob supervisão. Às vezes ativo o filtro, assim eles não podem desinstalar
os meus aplicativos, que uso para o trabalho, nem instalar nada sem permissão.
Eles sabem que se querem algo, é preciso pedir primeiro – afirma Becker.
Já
existem aplicativos para bebês, que se propõem a ensinar cores e formas, usando
sons e figuras de animais. Uma distração para consultas no pediatra e em
viagens.
marina.goulart@zerohora.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário