sábado, 30 de junho de 2012



01 de julho de 2012 | N° 17117
DEDINHOS NO TABLET

Conectados desde o berço

A tela mágica de um tablet ou smartphone, que responde a qualquer toque, faz com que crianças tenham experiência com a tecnologia digital nos primeiros meses de vida
Júlia tem um ano e cinco meses e já tem um jogo preferido no tablet: Pierre, o papagaio falante. A ave virtual reage contente ao receber um carinho e se movimenta quando a criança pressiona certos comandos na tela.

Quando Júlia tinha apenas alguns meses, observava o pai usar o aparelho. Depois que a menina começou a falar as primeiras palavras, o tablet passou a compor o arsenal de brinquedos. – Ela brinca com uns quatro ou cinco jogos, sempre sob supervisão. A família não estranhou quando ela começou a interagir com o tablet. Na verdade, achamos uma graça – orgulha-se o pai, Maurício Lewkowicz.

O exemplo de Júlia demonstra como, cada vez mais cedo, as crianças passam a usar a tecnologia. A mágica, no entanto, não está nas crianças. Os aparelhos estão mais intuitivos. – A criança não precisa ser alfabetizada, como no computador, que exige uso de teclado.

O bebê se interessa pelo tablet porque é simples, o toque na tela gera reação imediata. As crianças são atraídas pelo movimento, pela imagem. Todo aparelho que tiver isso gera fascínio – avalia Helena Sporleder Côrtes, professora da Faculdade de Educação da PUCRS.

Pedro começou a descobrir os aplicativos aos dois anos, quando o pai, Tiago Becker, comprou um iPhone. Hoje, com a irmã Júlia, sete anos, divide o tempo no tablet sem abandonar o aparelho menor, que tem mais jogos instalados. O pai é cuidadoso. Sabe que largar um aparelho com acesso à internet com uma criança tão pequena pode trazer prejuízos que vão desde quebra até o download de aplicativos pagos.

– O uso é sob supervisão. Às vezes ativo o filtro, assim eles não podem desinstalar os meus aplicativos, que uso para o trabalho, nem instalar nada sem permissão. Eles sabem que se querem algo, é preciso pedir primeiro – afirma Becker.

Já existem aplicativos para bebês, que se propõem a ensinar cores e formas, usando sons e figuras de animais. Uma distração para consultas no pediatra e em viagens.

marina.goulart@zerohora.com.br

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