16
de junho de 2012 | N° 17102
PAULO
SANT’ANA
Inflação dá risada
Segundo
o Diário Gaúcho, os legumes tiveram aumento de preço de 62%. O sopão dos pobres
e da classe D em ascensão, portanto, está muito mais caro.
A
vida está difícil. Meu médico é um sádico profissional. Sabendo ele que a alta
do dólar vai decretar o aumento do preço dos medicamentos, receita-me oito
comprimidos diários para o diabetes e a tontura incapacitante.
E,
na saída, ainda me recomenda: “Come bastante legumes”. Eu não entendo como a
alta do dólar pode influir no aumento em 62% no preço dos legumes, raciocino e
não entendo, será que os legumes viraram commodities?
Então
eu não tenho escape: tombo nos remédios e tropeço nos legumes.
Só o
pão, filho legítimo dos trigos, estes, sim, são commodities, teve neste ano o
aumento de 28%.
Eu não
sei como é que o pobre está vivendo, eu não sou pobre e me encontro em
dificuldades, o que deve acontecer com a maioria dos meus leitores, que
pertence a uma classe parecida com a minha.
Aumentou
o preço do vinho, do arroz e dos eletrônicos, segundo Zero Hora botou na
manchete de ontem.
E
atrás desses aumentos vão vir os aumentos do aluguel, do transporte, do
escambau.
Pobre
povo brasileiro.
E
isto que a inflação, segundo dizem as fontes ligadas ao governo, está contida.
O
que prova que tudo é falso em matéria de estatísticas: só dando risada para
esta previsão do governo de que a inflação este ano não passará dos 5%. Só se é
a inflação no bolso da Dilma e do Guido Mantega. No meu bolso e no bolso dos
meus leitores, a inflação atinge fácil os 20%.
Vão
olhar a inflação no preço das frutas, deem uma olhada no preço do feijão, das
farinhas, dos itens de um mocotó, por exemplo, e vocês quase infartarão.
Vejam
quanto custa para as pessoas terem em casa televisão por assinatura, o preço
está pelos olhos da cara!
Vejam
quanto custa uma arrumadeira, uma faxineira, uma empregada doméstica. Só rico
atualmente pode se dar a esse luxo!
Quando
não é a inflação maquiada pelo governo, é a alta do dólar, que no fundo é também
manejada pelo governo.
Está
certo que de tudo pomos a culpa no governo, mas minha não é a culpa de que só neste
mês eu tenha tido 10% de aumento, em média, no meu consumo. Se estou na faixa
de 10% ao mês, no fim do ano, terei, no mínimo, uma inflação de 100% em tudo
que consumo.
Tem
que dar risada das previsões do ministro da Fazenda, seu Mantega.
Convido-o
a pernoitar cinco dias em minha casa e ele vai ver quanto dói uma saudade.
Cada
vez nós esprememos mais nossos orçamentos.
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