21
de junho de 2012 | N° 17107
17
ANOS DE SOFRIMENTO
A gaúcha que fugiu do inferno
Sequestrada
pelo padrasto aos 11 anos, mulher conta como planejou colocar na cadeia o homem
que a estuprava e a agredia
Mantida
em cárcere por quase 17 anos, a gaúcha levada de Alvorada para o Rio, em 1995,
pelo padrasto, só pôde vê-lo nas mãos da polícia porque soube combinar frieza
com astúcia. Era o que ela comemorava na tarde de ontem, na 71ª DP de Itaboraí,
um município com 218 mil habitantes na região metropolitana do Rio.
Com
a identidade sob anonimato – nem os novos vizinhos desconfiam do caso envolvendo
sequestro, estupro e cárcere privado –, a mulher de 28 anos revelou ter construído
aos poucos uma sólida estrutura para fugir do padrasto. Carlos Alberto Santos
Gonçalves, 57 anos, teve três filhos com a gaúcha. O primogênito veio quando
ela tinha 13 anos.
A
guinada da mulher só se deu a partir do ano passado. Até os 18 anos, nem saiu
de casa – a porta era trancada por fora. Depois, faltava chão e sobravam ameaças
da parte do padrasto.
– Eu
denunciaria e fugiria para onde? Não tinha vida para sair sozinha – explicou,
sem alterar o tom de voz.
A
mudança só aconteceu em 2009. Como Gonçalves passou a trabalhar fora,
apareceram chances para deixar a casa. Em 2010, ela matriculou-se em um
supletivo, teve aulas de kung fu e, ao final do ano, já trabalhava como autônoma.
Das artes marciais, conquistou forças para se defender. Do trabalho, surgiu o
sustento.
– Queria
fazer algo para que ele (Gonçalves) fosse preso – relembra.
Mais
segura, registrou duas ocorrências contra o padrasto, em 2011, por ameaça. Na
terceira vez na delegacia, em fevereiro, contou tudo a uma funcionária. Ela a
ajudou a organizar documentos e a colher testemunhas.
Há um
mês, a mulher contratou advogado e procurou a polícia. Gonçalves foi capturado
na terça-feira, mas há outra data que ela não esquece: 25 de setembro de 2011.
– Ele
veio me agredir, mas não permiti. Bati nele e dei um basta.
Naquele
dia, ela deixou a casa em uma rua de chão batido no afastado bairro de Manilhas
e buscou abrigo com uma amiga. Agora vive com dois dos três filhos: o mais
velho seguiu com o pai, e não a perdoou.
– Por
que você fez isso com meu pai? – questionou o rapaz à jovem.
A
explicação estava entre as tantas frases ditas ontem pela gaúcha:
– Não
imaginava ter saído daquele inferno.
carlos.ferreira@zerohora.com.br
Um comentário:
INFELIZMENTE , NÃO POSSUO PROVAS , APENAS UMA TESTEMUNHA QUE TRABALHOU NA MINHA CASA , ONDE ESSA JOVEM QUE FEZ A DENÚNCIA , CONTRA ESSE HOMEM SIMNPLES E QUE FOI DENUNCIADO COMO MOSTRO , A VERDADE É QUE ATÉ VENDER O CORPO ESSA JOVEM FAZIA , E ELE TRABALHA E TRABALHAVA , IMPOSSÍVEL A POLÍCIA NÃO DESCOBRIR QUE ELA ESTÁ AUMENTANDO E INVENTANDO HORRORES DESSE SENHOR, NÓS VIZINHOS ESTAMOS INDIGUINADOS , ELA EM 2009 DISTRIBUIU UNS PANFLETOS OFERECENDO SERVIÇOS DE MASSOTERAPIA , EU A CONTRATEI QUANDO PUDE PERCEBER QUE ELA ERA UMA PESSOA MENTIROSA QUE ENGANAVA OS OUTROS NEM MASSOTERAPEUTA ERA , HAVIA FEITO UM CURSO E NÃO HAVIA TERMINADO . gOSTARIA DE PERGUNTAR A VCS COMO ELA ERA MANTIDA EM CÁRCERE PRIVADO SE ELA PODIA SAIR , PASSEAR, CANSEI DE VER , FAZER CURSOS E TRABALHAR ... fORA AS OUTRAS ACUSAÇÕES
Postar um comentário