21
de junho de 2012 | N° 17107
PAULO
SANT’ANA
Virei o Procon
O
melhor auxiliar do médico é sempre o paciente.
Milhares
de casais só não se separam por causa do medo pânico que os maridos sentem da
pensão alimentícia.
Reclamei
há um ano da colunista Martha Medeiros que ela nunca me cita.
Ela
ficou toda atrapalhada e me disse que nunca cita ninguém que seja seu colega em
Zero Hora.
Qual
não foi minha surpresa quando abro o caderno Donna e vejo não só citado na
coluna de Martha Medeiros o Fabrício Carpinejar, como ela também transcreveu um
parágrafo inteiro dele.
Evidente
que eu fiquei com ciúme do Carpinejar.
E
cheguei a uma conclusão: eu fiquei com ciúme do Carpinejar, mas a Martha se
traiu ao citá-lo e finca pé em não me citar, porque tem ciúme de mim.
Já o
Carpinejar, que ela julga que não seja seu rival, ela cita sem constrangimento.
E,
como eles não me citam, já repararam os leitores que para me vingar eu me cito
a mim próprio em minha coluna centenas de vezes?
O
Pablo, aliás, foi um truque que usei para citar a mim mesmo sem escrever o meu
nome.
O
amor não se casa com a velhice, longe disso. Uma pessoa velha pode amar uma
pessoa jovem e pode amar outra pessoa velha.
E o
amor entre as pessoas velhas é muito mais responsável e curtido do que entre as
pessoas jovens.
Se
entre os velhos o amor chega no inverno de suas existências, entre os jovens
chega na primavera.
E o
inverno é justamente o período em que a gente foge do frio das ruas e recolhe-se
em casa para refletir.
Eu
acredito mais num velho que me diz que está amando do que num jovem que me diz
a mesma coisa. Neste caso, o que me diz o jovem são palavras ao vento. E o que
me diz o velho são palavras esculpidas no mármore.
Tem,
portanto, maior duração o amor de um velho do que o amor de um jovem.
O
amor de um jovem, ali adiante, estiola-se. O amor do homem e da mulher madura
conserva-se mais e é mais resistente às intempéries.
Estou
falando isso porque ontem conversei 30 minutos com um senhor de certa idade, e
nunca tinha visto uma pessoa mais arrebatada por seu amor do que ele.
Ele
vibra mais com um encontro diário com seu amor do que com um gol do seu Grêmio.
Verdade
que o amor desse senhor é muito mais competente do que o time do Grêmio.
Agora,
depois que divulguei que vou encontrar-me com representantes da direção
nacional da NET, que vão me explicar as coisas com relação às reclamações dos
seus assinantes, começam a chegar à minha mesa reclamações sobre a atuação da
SKY.
Calma,
pessoal, eu não sou o Procon.
Nem
a Anatel.
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