LUIZ FELIPE PONDE
Que
dó da Chanel!
Em época de cotas para minorias oprimidas, eu proponho cotas
para mulheres bonitas
"Que dó da Chanel!", disse minha filha ao ouvir
que o Monsieur Normal (François Hollande, o socialista) ganhou as eleições
presidenciais na França. Só vai restar a Chanel fugir para Bélgica.
Caras como ele parecem não entender que se você coloca
limites para o retorno financeiro de quem trabalha, a pessoa trabalha menos e
fica preguiçosa. Ou foge para onde não roubem seu dinheiro, fruto de anos de
trabalho duro.
Basta ver a história. Estes caras deveriam ler a filósofa
russa Ayn Rand e seu maravilhoso "A Revolta de Atlas", da editora
Sextante. Sociedades socialistas cultivam a preguiça, a mediocridade e
desestimulam a criatividade e coragem profissional. Todo mundo vira funcionário
público. Rand conheceu na pele o ridículo do sistema socialista soviético, antes
de fugir para os Estados Unidos.
Dirá o leitor que exagero. Sim, um pouco, mas em se tratando
da esquerda francesa, acostumada à vida mansa do Estado de bem-estar social, a
França produtiva deve ficar alerta.
Assim como a Argentina, que nunca saiu da pasmaceira
peronista, a França nunca saiu do delírio jacobino da Revolução Francesa.
Os caras não crescem e continuam a não entender que país é
como sua casa, quando se gasta mais do que se ganha, a conta não fecha no final
do mês e você estoura sua conta no banco.
Engraçado como a França e outros países europeus ocidentais
que não passaram por regimes marxistas gostam de brincar de socialista. Brincam
como se a catástrofe que foi a experiência marxista no poder não tivesse
acontecido.
Acusam muita gente de não ter "consciência
histórica", quando eles não têm nenhuma. A começar pelos intelectuais de
esquerda, esses mandarins da mentira.
Vejam que os países do leste europeu que foram comunistas
não chegam nem perto da baboseira da esquerda. Pergunte a uma tcheca ou russa
se ela gostaria de voltar ao comunismo.
Mas, como a França ainda tem dinheiro para gastar, o
dinossauro francês ganhou a eleição. Se ele não criar juízo e ficar prometendo
o que não pode (como deixar os franceses se aposentarem com menos de 60 anos e
com isso piorar a pressão sobre a população mais jovem produtiva que paga a
conta da previdência social francesa), na próxima eleição, Marine Le Pen (do
Front National, partido de extrema-direita) leva, o que seria outra catástrofe.
É isso que ela espera, por isso recusou apoio ao Sarkozy.
Tanto a direita radical quanto a esquerda são contra a
sociedade de mercado e não entendem nada de economia. Os da esquerda culpam os
ricos, os da direita radical culpam os estrangeiros, e nenhum dos dois sabe
lidar com a complexidade de um mundo que nada tem de perfeito e que é sempre
fruto da velha natureza humana: mentirosa, interesseira e preguiçosa, quando
pode. Nada brota onde não há dinheiro. Até minha llhasa apso, mais inteligente
do que muita gente que conheço, sabe disso.
E por falar em Chanel (que para mim significa "mulher
bonita"), recentemente tivemos mais uma prova de que a natureza humana é
atávica em suas mazelas, sendo a inveja uma das piores.
Já disse várias vezes nesta coluna que as mulheres bonitas
são vítimas de perseguição por parte das feias -a velha inveja da beleza.
Em recente pesquisa sobre mercado de trabalho, publicada no
caderno "Mercado" desta Folha (13/5), israelenses provaram que
mulheres bonitas que colocam suas fotos no CV são constantemente eliminadas,
não tendo chance de chegar nem a uma primeira entrevista.
E por quê? O fato é que o RH é comumente dominado pelas
mulheres, e estas, aparentemente, temem que mulheres bonitas assumam cargos em
suas empresas.
Incrível, não? Depois dizem que são os homens que atrapalham
a vida profissional das mulheres bonitas. A verdade parece ser o contrário: se
aumenta o número de homens envolvidos no processo decisório, a seleção pode
deixar de ser injusta para as mais bonitas.
Já que estamos em época de cotas para minorias oprimidas,
proponho cotas para mulheres bonitas nas faculdades, nas empresas e no governo.
O mundo respira melhor quando tem mulher bonita por perto. Elas são o pulmão do
mundo.
ponde.folha@uol.com.br
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