Maternidade
muda perfil profissional
Empresas
ampliam licença para reter talentos e ter funcionárias motivadas
Enquanto
os sindicatos reivindicam a extensão da licença-maternidade para as
trabalhadoras, há empresas que, por conta própria, oferecem o benefício às
futuras mães. O objetivo é que, além de terem o tempo necessário para si e para
a criança, elas voltem mais motivadas e tranquilas ao trabalho.
A
multinacional alimentícia Nestlé foi uma das primeiras a implementar o período
de seis meses isoladamente no Brasil, em 2007.
O
benefício para as mães é imediato e, para a empresa, a longo prazo, afirma a
gerente de carreiras Lucimar Lencione. "Atraimos os melhores talentos para
a empresa e também fidelizamos os que estão conosco", diz.
Além
do tempo extra com o bebê, a empresa também custeia parte da creche e deve
implementar neste ano um esquema de "home-office", para que as mães
percam menos tempo no deslocamento de casa até o trabalho.
MELHOR
FASE
Kathyanne
Kirsch, 29, coordenadora de eventos da multinacional, aproveitou os seis meses
de licença para passear com o filho Arthur, hoje com 11 meses. "Quando o
bebê é pequeno, é difícil interagir com ele. A melhor fase é após o quatro
meses."
Para
Juliana Marcondes, coordenadora de atendimento ao cliente da varejista Walmart,
o maior benefício da licença estendida é voltar ao trabalho com tranquilidade.
"Ter
amamentado a criança até o período recomendado pelos médicos faz a profissional
ter a sensação de missão cumprida", acredita ela, que é mãe de João Pedro,
de um ano e três meses.
MENOS
"WORKAHOLIC"
Para
que os pais -mas principalmente as mães- mantenham ou melhorem a produtividade,
algumas empresas, como a brasileira Embraco, de compressores, oferecem também
creche dentro da empresa.
O
objetivo, segundo Carlos Rosa, gerente de recursos humanos da companhia, é que
os pais cultivem a proximidade com os filhos e que as funcionárias possam
amamentá-los durante o dia.
"O
instinto materno é muito forte e a mãe tende a deixar tudo, até mesmo o
trabalho, para ficar com o filho, se não conseguir conciliar as tarefas",
afirma o gerente.
A
diretora de recursos humanos da farmacêutica Pfizer, Lisandra Ambrózio, 36, é um
exemplo. Mãe de primeira viagem de Lívia, de nove meses, ela afirma ter mudado
a forma de trabalhar depois da maternidade.
"Era
muito 'workaholic'. Hoje, sinto que o trabalho me completa, mas não é minha razão
de viver. Minha razão de viver é a Lívia", compara.
Com
uma licença-maternidade de seis meses, a diretora pôde amamentar melhor a filha
e levá-la para passear. "O período também foi bom para outras pessoas se
desenvolverem na empresa enquanto eu estava fora."
Nenhum comentário:
Postar um comentário