sexta-feira, 25 de maio de 2012



25 de maio de 2012 | N° 17080
ARTIGOS - Heitor José Müller*

Educação é desenvolvimento

O Dia da Indústria, comemorado em 25 de maio, constitui-se numa data propícia para se refletir, no país e no Estado, sobre barreiras no caminho do setor produtivo que precisam ser removidas. É o caso, entre tantas outras, da elevada carga tributária, de uma legislação muitas vezes ultrapassada e da burocracia que limita a expansão da atividade econômica.

A data chama a atenção também para nossas próprias limitações, devido principalmente à ainda baixa qualificação profissional, que dificulta um desenvolvimento mais harmônico, em condições de assegurar melhor qualidade de vida para todos.

A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) tem consciência da importância de uma formação adequada das pessoas. Por isso, elegeu a educação transformadora como tema para sua campanha institucional que está sendo lançada agora.

Uma das precondições para se avançar na educação é estar convicto de que essa não é uma tarefa de Estado, mas de todos. A Fiergs – por meio do Serviço Nacional da Indústria (Senai), do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) – acredita no poder realmente transformador do conhecimento.

Por isso, tem atuado com determinação para formar profissionais empreendedores, autônomos e proativos, preparados para atuar num sistema produtivo, dinâmico e informatizado. A instituição está convencida também de que um desafio desses exige providências desde a pré-escola.

O processo será mais facilitado se o país for flexível o suficiente, por exemplo, para diversificar e adequar currículos, mostrando-se em condições de contribuir para o desenvolvimento de competências profissionais que o mercado passa a exigir.

Há menos de um ano, ao assumir a presidência da entidade máxima da indústria gaúcha, incluí o trinômio educação-inovação-produtividade entre os pontos estratégicos da nova gestão. Minha convicção é reforçada quando percebo que países como a China não se contentam hoje apenas em fabricar produtos, mas se empenham cada vez mais em criá-los, como resultado de investimentos continuados em educação. O Brasil, que se tornou a quinta economia global, não se inclui sequer entre as 80 primeiras nações em desenvolvimento humano.

Precisa, portanto, apostar mais em áreas como inovação e tecnologia de ponta. No caso específico do Estado, o desafio enfrentado no polo naval para recrutar profissionais qualificados na região Sul é apenas um entre tantos exemplos das soluções que precisamos encontrar dia após dia. Como desenvolver o Rio Grande do futuro sem estarmos preparados adequadamente para as oportunidades de hoje?

Às voltas com um processo de perda de espaço para concorrentes externos, inclusive em setores tradicionais, o país e o Estado precisam se convencer: educação de qualidade é pressuposto para o crescimento.

No caso específico da indústria, cuja importância é ressaltada na sua data nacional, significa a chave para a transformação de matéria-prima em produtos de maior valor agregado a preços competitivos – sempre a partir do que é assimilado como conhecimento – para a geração de riqueza em favor de todos.

*PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RIO GRANDE DO SUL (FIERGS)

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